A rota voada foi no dia 4 de março de 2011 entre São Paulo (GRU) e Buenos Aires (EZE). A aeronave foi um Boeing 777 e o voo realizado na classe executiva.
Tudo começou com minha chegada ao aeroporto com um bilhete da GOL na mão, onde eu iria viajar. Porém, pensei por alguns instantes e tive uma ideia: "Por que não??? Buenos Aires, vamos de Qatar!". Corri para a Asa D e comprei o bilhete de última hora, com o voo fechando. E a GOL? A diferença de preço foi pequena visto ao que foi oferecido (lanchinho x jantar / aperto x cama).
Compra: Cheguei na Asa D e tentei encontrar a loja da Qatar Airways, porém, tive que ir ao check-in e perguntar onde era. Imediatamente o pessoal de solo ligou na loja, fez minha reserva e fui acompanhado por um funcionário até ela, onde fiz a compra do meu bilhete. Faltou alguma sinalização da loja pelo aeroporto, por isso não poderei dar um dez.
Nota: 9,5.
Check-in: Rápido e sem demoras. Fui para a fila da executiva que estava vazia. Algumas perguntas chatas de praxe e cartão de embarque na mão. Senti uma leve falta de simpátia da mesma atendente que me ajudou inicialmente, mas, como era fechamento do voo e eles poderiam estar cansados. Vou deixar passar.
Nota = 10
Serviços pré-embarque: A Qatar Airways tem uma parceria com a sala vip do Smiles, porém, aí mora um problema. O check-in e a sala ficam no Terminal 2 do aeroporto e o embarque é realizado pelo Terminal 1, ou seja, após você pegar seu cartão de embarque, você terá que atravessar, literalmente, o aeroporto, e se quiser ir para a sala vip terá que ir do Terminal 1 até o Terminal 2 e depois voltar para entrar no seu voo. Ou seja, você irá queimar algumas calorias e se quiser uma pausa rápida antes do voo terá que buscar outra alternativa. No meu caso que fui para Delta SkyClub (já fiz uma avaliação dela aqui), pois tenho o American Express - The Platinum Card que me dá acesso a ele. A Qatar precisa achar uma solução melhor para isso.
Nota = 7
Embarque: Por alguns segundos pensei que não estava no Brasil. Claro, teve aquela fila (furadas, pois era prioridade), mas, as prioridades foram respeitadas e fui uns dos primeiros a entrar na aeronave.
Nota: 10
Apresentação: O triple-seven (Boeing 777) estava limpo, arrumado, com as luzes funcionando, revista de bordo em seu lugar, mantas, travesseiros, cartões de segurança, um catálogo do free-shopping e tudo mais em seus devidos lugares. Ah, entrei no banheiro e cabia nele, algo que nunca vi.
Nota: 10
Assento: Serve esse?
A distância entre as fileiras era algo maior que 2 metros, uma vez que eu cabia tranquilamente nele. A poltrona, como vocês podem ver na foto, vira uma cama. Além disso, a poltrona é massageadora. Os controles estavam em dia, novinhos em folha. O único porém que me deixou triste foi o fato da tomada individual não estar funcionando e eu precisava dela.
Nota: 9,5
Entretenimento: Filmes, música, jogos, possibilidade de enviar e receber e-mails e SMS, notícias, informações do tempo em telas individuais, com um tamanho considerável. Para fechar, você pode usar o controle ou seus dedos.
Nota: 10
Pontualidade: Foi um dos maiores problemas do voo. Segundo a Qatar, a tripulação estava no Morumbi (que fica uns 50 quilômetros de Guarulhos), saiu do hotel às 14:00 e pegou um certo trânsito, em uma sexta-feira, saída de Carnaval de São Paulo. E do Morumbi até Guarulhos você atravessa a cidade. Você pode me perguntar, mas por que raios a tripulação só saiu às 14:00, se a decolagem do voo estava prevista para 17:45. A resposta é a regulamentação que diz que a equipe deve descansar por um período X e ele deve ser respeitado e a partir do momento que ela sai do hotel, o descanso acabou.
Minha pergunta na verdade fica do por que a tripulação fica tão afastada do aeroporto. São Paulo tem diversos hotéis de qualidade que ficam bem mais próximos do aeroporto, começando pelo Caesar Park que fica do lado do aeroporto.
A Qatar nos manteve informado de onde a tripulação estava, tentando minimizar o impacto e insatisfação dos passageiros, que chegaram a fazer uma roda entorno da equipe da Qatar cobrando explicações.
No final embarcamos e fomos recebidos pela equipe que veio de Doha. Eles estavam esperando os colegas para passar o controle para eles. Depois de alguns minutos a tripulação foi trocada.
Com quase 2:30 de atraso decolamos rumo a Buenos Aires. Nessa quesito darei uma nota bem baixa. Eles precisam rever essa história de ficar em um hotel tão afastado do aeroporto.
Nota: 2
Serviço: Alguns comissários brasileiros que falavam português, outros da terra da Qatar que falavam inglês britânico, com um sotaque árabe, porém, por ser um vôo para Buenos Aires, Argentina, Espanhol, vejo que eles deveriam cuidar de ter pessoas que falam o idioma dos nossos hermanos
Após a troca da tripulação, recebemos o champagne de boas-vindas e o menu do jantar. Eu sempre fui atendido pelos árabes ou asiáticos, então o idioma oficial do voo foi inglês.
Antes da decolagem, já pedi meu jantar. O menu estava em algum idioma árabe, inglês e português (o que exclui os hermanos novamente). Achei o menu muito rico para um vôo de 2:30h... Só faltou mostrar os vinhos que eles tem disponíveis, pois, tive que perguntar para a comissária (pelo menos as opções eram boas).
Quanto ao jantar, finalmente pude dizer que estive em um restaurante nos céus. Como entrada, uma salada com frango, onde adicionei um molho chamado spice-lemos e mais um pouquinho de pimenta e ficou ótima. O prato principal, medalhão de filé-mignon, estava bom em casamento com o molho. Essa parte foi regada com um vinho francês de Pomerol, safra 2004. Já a sobremesa foi um docinho de maracujá, recheado com chocolate e por cima pedaços de nozes, acompanhado de outro vinho, agora branco, que me esqueci o nome, mas, francês também. Uma chá e pronto, estávamos descendo em Buenos Aires. Nesse quesito a Qatar está de parabéns...
O único problema foi o tempo. Creio que a tripulação ficou atribulada no começo do voo, somado ao atraso e tivemos uma certa presa para finalizar a janta.
Na metade do voo, a tripulação estava meio lenta para os pedidos que eram feitos... A ar-condicionado estava com problema e junto com a vinho tinto seco, a garganta ficava igual e logo, foi preciso muita água para aguentar. Para ajudar, a business estava cheia e isso fazia os comissários trabalharem mais e ficarem mais carregados de trabalho. Nota: 8
Atendimento: O alto-falante da aeronave não dava para ouvir nada, ainda mais com o piloto falando seu inglês britânico-árabe... Mas, o sistema de entretenimento nos dava uma idéia de onde estávamos, altitude, temperatura, velocidade, etc. No geral, o atendimento foi muito bom (comissários, check-in, compra, etc) Nota: 9,5
Desembarque: Como estávamos na business, saímos primeiro, passei pela imigração rapidamente e aí começou o problema: "Em qual esteira está minha mala...?" Rodei todas as esteiras que tinha em Ezeiza e não vi nada da Qatar... Para ajudar, tínhamos vôos da Gol e TAM chegando ao mesmo tempo. Fiquei nisso uns dez minutos sem ver um funcionário da Qatar... Finalmente achei um grupo que pessoas que tinha vindo no voo e deduzi que ali estavam as malas.
Em tese, quem viaja na executiva tem que ter a entrega de malas prioritária, porém, isso não ocorreu... Várias malas de outros passageiros da econômica chegaram antes e tive que esperar a minha.
Nota: 4
Pós-serviços: Nada de transfer ou algum mimo... Apesar de um serviço inferior, a TAM oferece transfer do aeroporto para o seu endereço e um celular para usar durante a viagem... Em termos de milhas, ela tem parceria com a United ou seu programa de milhagens, o Privilege Club e não quero nenhum deles, então deixei quieto... Para ajudar, pedir meu boarding pass no voo e isso iria complicar qualquer tentativa de obter milhas. Vou poupar a Qatar da nota de pós-serviços já que ela não oferece ele e não tenho interesse no crédito de milhas.
Com isso, a nota da companhia cinco estrelas será:
Nota Final = 8,1
Se você leu minha avaliação sobre a TAM a Qatar "perdeu" por alguns pontinhos dela, assim como da Aeromexico Mas, vamos com calma, a avaliação da TAM ocorreu em dois vôos, Aeromexico em três e Qatar em um.
O que fez a Qatar perder pontos foi o atraso, o ar-condicionado do avião (com problema) e o desembarque em Buenos Aires que não tinha uma alma penada para ajudar os passageiros. Tirando esses pontos, a serviço em vôo da Qatar está de parabéns, desde do pessoal de terra (no embarque) até os comissários, passando pela comida e vinhos.
Se eu voaria pela Qatar Airways outra vez? Sim, sem problemas. Me conquistou pelo que foi oferecido. Espero fazer uma nova avaliação para dar nota 9,5 ou 10, que nenhuma companhia aérea ganhou até hoje.
Boa viagem!
E você, já voou pela Qatar Airways? Para onde? Primeira? Business? Econômica? Conte para nós a sua experiência!
