Como é voar de avião com um bebê de 3 meses

Troca de informações sobre viagem de avião com crianças.
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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Jun 02, 2014 9:29 am
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Se você perguntar ao pediatra do seu filho ele provavelmente só recomendará viagens, principalmente internacionais, após os 6 meses de idade. Isso é uma preocupação, mas está longe de ser algo que vá prejudicar a criança.

Como meu trabalho é viajar, tenho que colocar meu filho para viajar comigo e começar a conhecer o mundo desde cedo. Por mais que tenhamos limitações na viagem é melhor do que a distância. Família unida viaja junto!

A viagem que faríamos em abril foi adiada para maio para que ele tivesse mais de 3 meses, então ele viajou com 3 meses e 6 dias.

Nos preocupamos também em evitar muitos voos, então como os destinos eram Miami e Punta Cana, escolhemos a American Airlines, justamente por ser a opção mais prática. Optamos também por ficar em Miami primeiro, para evitar dois voos de uma só vez.

Antes da viagem ele teve uma última consulta e tudo estava ótimo, o que nos deixou mais calmos. Levamos todos os remédios que ele poderia precisar, além de 8 latas de leite, pois ele mamou no peito até os 2 meses e meio. Todo estava preparado para o grande dia!

Infelizmente a AA não permite reservar o berço com antecedência, o que achamos péssimo. Em pleno século 21 o sistema deveria aceitar a solicitação. A fileira do berço (a 11, no Boeing 767) fica bloqueada para pessoas que necessitam de assentos especiais, então imaginamos que no aeroporto era só chegar e marcar.

Quando chegamos o check-in havia aberto há mais ou menos 20 minutos. Tivemos prioridade na fila, mas ao chegarmos ao guichê escutei a informação de que todos os 7 assentos da fileira 11 já estavam marcados. Como assim? Interessante que depois, dentro da aeronave, vi que as pessoas que estavam lá sequer precisavam de assentos especiais. Se o sistema permitisse a reserva com antecedência isso poderia ser evitado.

Depois de alguma discussão e estresse solicitei que bloqueassem um assento, para que ele pudesse ir deitado. Felizmente sei como as coisas funcionam, mas um viajante comum não saberia. O funcionário explicou apenas que se o voo lotasse não teria como manter o bloqueio, o que achei justo, visto que ele não estava pagando por um assento.

Seguimos para a área segura e como não havia fila na segurança não tivemos que esperar. Na Polícia Federal, em virtude dos sobrenomes, foi necessário apresentar a minha Certidão de Casamento, então o procedimento demorou um pouco mais, durando uns 5 minutos.

Fomos para a sala vip e outro problema: não havia água de garrafa na sala vip Proair. Só havia aqueles copos, que além de pequenos podem abrir facilmente. Lembrei que na sala vip Smiles eles têm garrafa de 1,5 litros e fui lá buscar. A funcionária validou meu acesso e eu disse que precisava apenas da água. Ela foi gentil e buscou uma garrafa sem gelo para mim.

Depois descobrimos que na sala vip Proair não havia trocador. Como trocar a fralda? Improvisamos em cima de uma mesa. Depois uma funcionária veio dizer que eles improvisavam com dois puffs no banheiro, mas já era tarde.

No horário do embarque fomos até o portão de embarque, mas o voo estava atrasado, porque a tripulação estava no trânsito. Será que a pessoa responsável por fazer o trajeto todo santo dia não sabe que o trânsito é caótico na cidade?

Com isso o nosso planejamento foi atrapalhado, pois se saísse no horário ele precisaria mamar exatamente durante a decolagem, o que é importante por causa do ouvido. O choro foi inevitável, principalmente porque os funcionários da AA não permitiam o embarque, mesmo diante da minha insistência. E, quando liberaram, não obedeceram as leis brasileiras, onde os idosos, deficientes e mães com crianças de colo devem embarcar com prioridade. Colocaram toda a executiva e depois os Priority Access até sermos liberados.

Fomos com o carrinho até a porta da aeronave, onde o entregamos para a AA e recebemos um ticket de comprovação do despacho.

Quando achamos que a AA já tinha feito todas as besteiras veio mais uma: colocaram uma pessoa no assento que estava bloqueado. E o voo não estava lotado. Após a decolagem tive que intervir com os comissários para que a pessoa mudasse de lugar. Ele foi totalmente solícito, mas as pessoas das outras poltronas não, ocupando os lugares deitando ou com objetos, para que ninguém os ocupasse.

Um dos comissários disse para mim que como ele não falava português não conseguiria falar com os passageiros, então veio outro funcionário, que falava um português razoável ajudar. Ele foi firme e praticamente ordenou que um casal liberasse o lugar, então finalmente conseguimos relaxar.

Durante a decolagem o Felipe foi mamando e não sentiu nada. Ficou deitado no meio, junto com um travesseiro e cobertores que trouxemos. Em cima do assento havia uma televisão e ele ficou olhando para ela até dormir.

O voo foi calmo e ele não acordou em momento nenhum. Quando estávamos chegando ele acordou, mas só o pegamos no colo quando o avião estava quase aterrissando, uma das vantagens que o berço não proporciona, pois é retirado com mais antecedência.

Ao desembarcarmos esperamos em torno de 10 minutos, junto com outras pessoas, até que o carrinho chegasse. No Galeão pelo menos colocaram dentro de um saco, para evitar arranhões, o que não fizeram em nenhum dos outros 3 voos.

No voo de Miami para Punta Cana e Punta Cana para Miami foi tudo bem também. Sem prioridades e sem simpatia dos funcionários e comissários. A tática foi sempre dar de mamar durante a decolagem, o que nem sempre é fácil. Se não conseguir tenha certeza que o bebê ficará com a chupeta.

No voo de volta ao Brasil a American Airlines conseguiu fazer mais lambança. Apesar na minha insistência, o funcionário nos colocou na fileira 20, alegando que era nela o berço. Eu tinha quase certeza que era na 11, mas não tinha muito o que fazer até o embarque.

Embarcamos e ao chegarmos ao assento tivemos à constatação que realmente o berço não era nela. Os comissários disseram que não poderiam me ajudar e que eu deveria pedir aos passageiros da fileira 11 para trocarem de lugar. Dos 7 passageiros que lá estavam apenas 2 eram idosos e realmente precisavam dos assentos. Um simpático casal de brasileiros trocou de lugar conosco sem hesitar e assim conseguimos usar o berço.

Demos de mamar durante a decolagem e depois o colocamos no berço. Ele foi dormindo até o café da manhã, quando o comandante começou a falar e o acordou com o barulho.

Vale comentar também que optamos por trocar a fralda no assento ao invés do banheiro, porque era muito mais prático. O perigo era ele fazer cocô ou xixi, mas não aconteceu. Com o pai e a mãe ajudando a troca é mais rápida e até mais segura do que dentro do banheiro.

Para ele os voos foram excelentes, mesmo com o despreparo da American Airlines.

Viajar com um bebê de 3 meses não é tão simples, mas também não é um bicho de 7 cabeças. Com um bom planejamento é possível viajar!

Boa viagem!
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baran Mensagens: 10215
Seg Jun 02, 2014 9:44 am
Voar com bebê de 3 meses é relativamente fácil. Difícil é viajar com um de 2 anos, que não quer ficar sentado!

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zebinsk Mensagens: 1282
Seg Jun 02, 2014 10:19 am
Gabriel, não entendi a relação do berço com o número do assento. O berço é fornecido pela AA e recolhido antes do pouso?

Outra coisa é com relação a não poder levar água. O meu filho não mamou no peito e sempre tomou mamadeira, mas nos primeiros meses (talvez por medo de pais de 1ª) sempre fervemos a água antes de usá-la, sendo ela de torneira ou mineral. Viagem internacional então seria impeditiva.
Só viajamos com ele aos 11 meses e no Brasil. E também tivemos que pedir gentileza das pessoas para os pais sentarem juntos já que o checkin online é bloqueado quando se tem bebê.

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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Jun 02, 2014 10:23 am
O berço só pode ser colocado na fileira 11. Se não sentar nela não é possível a sua utilização.

Não entendi o que você quis dizer com relação à água.

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zebinsk Mensagens: 1282
Seg Jun 02, 2014 10:29 am
Sobre a água, foi só um comentário. Como não pode entrar com água levada de casa em voos internacionais, para quem só faz mamadeira com água fervida, torna-se inviável viajar internacionalmente.

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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Jun 02, 2014 10:32 am
Ah sim! Em casa usamos água fervida, mas a pediatra disse que usando água mineral não haveria problema e assim fizemos nos voos e nos hotéis onde não havia cozinha. Deu tudo certo!

Não confiaria em pedir para a companhia aérea ferver (nem sei se é possível), pois é preciso saber como é a higiene do que será usado.

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Hugomarcio Mensagens: 3750
Seg Jun 02, 2014 10:40 am
Muito bom o relato. Também viajei com meu filho quando ele tinha 4 meses, mas foi um voo curto até Salvador. Quando são pequenos é um pouco mais fácil pois eles dormem bastante. Mais velhos fica difícil segurar por muito tempo.

Já as mamadeiras sempre dei com água de filtro, e na temperatura ambiente. Desse jeito foi sempre tranquilo, pois bastava ter uma garrafinha de água e o pó separado.

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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Jun 02, 2014 10:42 am
Foi como fizemos, Marcio. Felizmente os voos internacionais foram nos horários em que ele sempre está dormindo. Acho importante definir uma rotina para os filhos desde cedo.

Um voo diurno de 8 horas com ele seria desgastante.

BratuS Mensagens: 152
Seg Jun 02, 2014 10:47 am
Tive a experiencia de voar com minha filha, com 5 meses, na DELTA. Algumas diferenças:
- tivemos prioridade em todos os voos, e entramos junto com primeira/executiva mesmo voando economica. Estavamos com duas prioridades, bebe de colo e minha sogra que é idosa.
- despachamos o carrinho E o assento do carro na porta do avião, sem nenhum problema ou questionamento. Teve um pequeno dano no carrinho que foi prontamente aberto uma ocorrencia logo após o desembarque.
- as aeronaves que utilizamos foi somente o 757, que pela configuração da Delta, torna impossível colocar o berço, visto que as paredes ficam em saidas de emergências.
- pagamos assento conforto e valeu a pena pelo espaço extra com o bebe no colo.
- trocamos também as fraldas no assento, pq um dos banheiros da Delta não tem trocador.
- tivemos franquia de bagagem, de 23kg, mesmo pagando somente 10% da tarifa cheia (R$367,31).
- não tivemos problemas na passagem pela segurança (TSA) mesmo com medicamentos liquidos e acima de 100ml. Em todos os casos, eles não quiseram nem saber da receita médica. So passaram no scanner.
- o nosso carrinho era oversized - Britax B-Ready - (ou como chamam carinhosamente de "limobaby") e era o unico item que causava demora na passagem pela segurança ja que não cabia no raio-x.
- mesmo com idoso e bebe de colo, a alfandega no voo de volta (BSB) não aliviou e mandou a gente passar tudo no raio-x. Sem problemas e sem estress.
- tivemos prioridade também na imigração americana.
- durante a viagem, restaurantes em geral tem preparo para receber. A Disney é a mais bem preparada para receber bebe, chegando ao ponto de disponibilizarem pra gente uma sala (escritorio) em downtown disney qnd perguntamos se tinha sala de amamentação.
- Busch gardens em Tampa foi o pior parque para quem está com bebe.
- Alugamos um SUV (SantaFé) e andamos sempre com o carro no limite mas super confortável. Na volta tivemos que pedir ajuda pra minha irmã que estava com uma mini-van.
- durante os voos a nossa filha chorou muito e ficou muito estressada, mesmo dando de mamar e tentando acalentar. Na volta, demos um produto chamado "Colic Calm" que deixou ela mais tranquila. Na ida foi o pior trecho pq o voo ATL-MCO foi cancelado e ainda ficamos mais de 1h aguardando o novo voo. Voaremos de novo em Setembro, e vamos também experimentar usar o "canguru" alem do carrinho.

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Hugomarcio Mensagens: 3750
Seg Jun 02, 2014 10:48 am
Lá em casa também tínhamos uma boa rotina, e realmente facilita muito. Dessa forma sabemos que está acontecendo e o que virá depois. Só agora, com quase 3 anos, é que tem sido uma luta colocar para dormir. Ele sempre foi para cama por volta das 20h, mas nos últimos tempos o que mais ouvimos é "não estou com sono", e diz isso numa luta louca para ficar acordado.





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