Natal no Hollywood Studios, em Orlando
Não sou de família católica, portanto, o Natal para mim nunca teve um significado religioso, tampouco social. Não sei o que é ceia, reunir a família em volta da mesa no dia 24 à noite, trocar presentes. E, dada minha natureza não muito sociável, creio que teria horror à data caso sempre tivesse que ficar no Brasil para comemorá-la na casa de alguém. Sendo assim, o Natal, emendando com o Ano Novo, para mim sempre teve um significado bem claro: viajar.
Clipe natalino no teto da Fremont Street, em Las Vegas
Não me lembro de ter passado nenhum Natal em casa. Já viajei para diversos lugares, dentro e fora do Brasil, antes ou no próprio dia 25 de dezembro. Mas, de uns 12 anos pra cá, 10 das minhas viagens de final de ano tiveram um único país como destino: Estados Unidos. Algumas vezes, foi apenas como passagem, para pegar um cruzeiro pelo Caribe, por exemplo. Mas, via de regra, me estabeleço de mala e cuia nos Estados Unidos, e só saio do país de Obama lá pra meados de janeiro. O espírito natalino daqui (sim, escrevo esta coluna estando em solo norte americano) me pegou de tal jeito que me viciei por completo, e hoje, se não programo estar nos Estados Unidos durante a época natalina, fico com uma crise de abstinência maior do que depois que volto da Disney.
Central Park em dezembro
Como não ligo para o lado consumista da data, pois nem presentes tenho que comprar, já que minha família mais próxima não é católica, e tampouco para o viés mais religioso e social, acabei me apegando ao lado mais cultural do Natal. O que significa que este período, para mim, é sinônimo de escutar muitas músicas natalinas, pois toda e qualquer rádio toca sem parar o mesmo repertório de músicas festivas, ano após ano; é sinônimo de comer doces (chocolates Lindt e gingerbreads, principalmente) em formatos característicos; de admirar as ruas iluminadas e enfeitadas; de ir a um dos muitos parques espalhados pelas mais diversas cidades norte americanas que contam com decorações especiais e shows de luzes; de sentir o clima frio que tanto combina com o Natal; de aproveitar que o dia 25 de dezembro é morto, com todos os estabelecimentos e atrações fechados, para cair na estrada.
Natal em Saint Augustine, na Flórida
Já passei o Natal em Los Angeles, Las Vegas, Carolina do Sul, Miami, Fort Lauderdale, Saint Petersburg, Saint Augustine, Nova York e Orlando. Difícil escolher qual foi o mais especial. Talvez quando juntei Orlando e Saint Augustine na mesma viagem. São 2 lugares que combinam perfeitamente com a cultura natalina norte americana. Neste ano, passarei novamente em Miami, mas no dia 25, tomo um voo para Atlanta, e de lá, parto para uma road trip pelo sul dos Estados Unidos.
Casa decorada para o Natal em Charleston, na Carolina do Sul
Graças a tantos Natais passados em solo norte americano, pude fazer algumas das melhores viagens de minha vida, em roteiros surpreendentes. Sempre acompanhado pela incessante trilha sonora natalina das rádios dos Estados Unidos, que para mim, embora seja repetitiva, se tornou sinônimo de um dos melhores períodos do ano para minha vida de viajante. Música que me remete a coisas boas. Bem melhores do que ter que comparecer a uma ceia de Natal na casa daquela tia conservadora...
Merry Christmas!
