Cuba é um país conhecido por ter parado no tempo: com pouco desenvolvimento tecnológico e isolado da maior parte dos outros países, nem mesmo os carros acompanharam o resto do mundo. Uma pergunta comum de quem vai à Cuba é sobre a internet. Não só por conta da tecnologia, mas também porque o país tem um governo centralizador, acusado muitas vezes de censurar meios de comunicação. A resposta simples é que o país tem, sim, internet. Mas ela é cara, tem pouca banda (isto é, não chega a velocidades grandes de download e upload) e, por vezes, pode sim sofrer interferência do governo, que pode bloquear algumas páginas ou monitorar a atividade dos cidadãos.
Em Cuba, a internet foi por muito tempo ilegal nas casas de particulares, embora haja um mercado negro para abrir contas. Em 2007, surgiram cybercafés oficiais do governo, com preços altos. Mesmo assim, o acesso cresceu. Em 2014, para se ter uma ideia, a penetração da internet no país era de 30%. Em 2015, o governo abriu hotspots públicos em 35 locais para seus cidadãos, com acessos a preços mais baratos. A situação começa a mudar lentamente, mas ainda assim, o acesso é ainda bem caro e limitado. Por isso, os hotéis cobram pelo acesso à rede.
A dica geral para o turista é: não conte muito com internet. Mesmo nos hotéis mais chiques, o acesso dificilmente é incluso na diária. No Hotel Nacional, em Havana, por exemplo, tínhamos que comprar a internet para usar ou no celular ou no cybercafé local (com máquinas velhas e um pouco lentas). O preço, em abril de 2016, era por volta de 12 dólares americanos para cada 12 horas de internet. Ou seja, cerca de R$3,40 reais a hora! A boa notícia é que as 12 horas não tinham que ser usadas de uma vez só. Por outro lado, a validade delas era de 48 horas. E para usar a internet, você tinha que estar no lobby. Dificilmente o sinal funcionava bem a partir dos quartos, embora hotéis mais modernos (como os da rede Meliá na região de Miramar) tenham acesso mais amplo, ainda que pago. O mesmo ocorria em Varadero. Resorts all-inclusive para tudo, menos internet, que também tinha que ser comprada separadamente por preços similares.
Por isso, Cuba merece um planejamento mais cuidadoso antes de partir. Anote números importantes e endereços, compre um bom guia em papel (ou imprima as dicas do Falando de Viagem) e não conte com facilidades de poder pesquisar no Google sempre que quiser ou de acessar seus e-mails sempre que necessário. É claro que o acesso existe, como falamos, mas é muito menos fácil que em outros países. De qualquer forma, a sensação de desconexão pode ser sempre muito boa, principalmente quando estamos em um lugar novo e queremos aproveitar a experiência. Cuba é um país incrível e a falta de internet pode até ser sua aliada na hora de, finalmente, relaxar e curtir as férias.
Boa viagem!
Texto e foto: Bárbara Nór.
O Falando de Viagem viajou à Cuba a convite da Cubatours Viajes e Hello Brazil.
E você, conhece Cuba? Como usou a internet lá? Achou caro? Teve problemas? Conte para nós a sua experiência!
