Tentativa de golpe em Natal

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baran Mensagens: 10215
Ter Nov 19, 2013 1:47 pm
Compartilho aqui uma experiência que tive em Natal/RN, em 2010.

Estava com minha esposa a caminho de um restaurante, na região de Ponta Negra, quando fomos abordados por um senhor magro, vestindo uma camisa pólo, bermuda, boné e óculos de sol. Tinha toda cara de turista gringo. Ele me perguntou em um inconfundível inglês britânico:

"Do you speak any English?" (trad: Você fala algo de inglês?)

Eu disse que sim.

Aí ele começou a contar sua história. Perguntou se eu conhecia Recife. Eu disse que sim. Ele contou que foi assaltado lá, que roubaram seus documentos, que era um lugar horrível, que eu não deveria ir para lá, que ele precisava ligar para sua família para pedir que lhe enviassem uma segunda via para que ele pudesse voltar a seu país etc. E blá blá blá blá... ele não parava de falar. Parecia que nem respirava.

Aí veio a pergunta: você tem R$ 3 para me dar e eu poder ligar para minha família?

Achei estranho. Não gosto quando falam comigo de uma forma que não me deixa pensar. Já ia responder "não" quando minha mulher me puxou pelo braço e respondeu antes de mim. Ele ficou para trás, com cara meio abobada.

No restaurante, enquanto almoçávamos, começamos a ver as inconsistências da história dele: se estava sem documentos, como embarcou em Recife para ir a Natal? Por que ele não ligava a cobrar para a família? Enfim, achamos tudo muito estranho.

No dia seguinte fomos almoçar em outro local. Quando eu estava saindo do restaurante sou abordado adivinhem por quem:

"Do you speak any English?"

Aí eu não resisti e disse:

"Oh, you, again!" (trad: Ah, você, de novo!)

Ele simplesmente riu e foi embora.

Enquanto esperava o táxi, notei que ele abordou alguém em um carro mais adiante e, pelo tempo que passou ali, deve ter levado alguma coisa.

Moral de história #1: Isso se passou em Natal/RN, mas poderia ter sido em qualquer lugar. Fique esperto!

Moral de história #2: Quando alguém começar a falar com você sem dar uma pausa para você pensar, desconfie. Isso também vale para vendedores de clubes/títulos de turismo.

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zardox Mensagens: 11619
Ter Nov 19, 2013 2:29 pm
baran...
Há uns 10 anos atrás, parei num sinal em Niteroi... veio um cara, e me pediu R$ 1,00...
Perguntei se era para inteirar para comprar comida e ele disse:
"Não.. é para eu tomar uma dose de pinga"...
Diante da honestidade do cara... dei o R$ 1,00...
Eu normalmente não dou dinheiro algum em sinais.. até porque fico com o vidro fechado e não costumo abrir...
Mas, fiquei surpreso...
No Campo de São Bento, em Niterói, todo sábado vem uma mulher vendendo bananada, dizendo que é para ajudar a comprar gás para casa dela...
Depois dela me pedir umas 10 vezes e não se lembrar que na semana anterior tinha me pedido e eu não tinha dado... me irritei e falei para ela cozinhar com lenha...
Nunca mais ela me pediu...
No mesmo campo, tem uma menina que vende bananada... quando perguntamos para ela para o que, ela respondeu que é para comprar brinquedos, cadernos, comida para ela... eu perguntei se o dinheiro era para ajudar os irmãos.. ela disse que não.. que cada um deles se virava vendendo coisas em outros locais...
Esta nós compramos a bananada... a cada 2 semanas...
E minha filha de 18 anos, já deu vários brinquedos usados, em bom estado... coisas que ela não usa mais..
Já meu filho de 8 anos.. só tem brinquedo todo desmontado...
Agora mesmo.. com a promoção da Shell, comprei os 6 carrinhos da Lego... ele montou/desmontou cada um deles umas 10 vezes..
Depois, "inventou" novos modelos...
Agora, temos "Ferrari´s" com 6 rodas e 3 eixos...rsrsrsrsrs

CaranguejoSinistro Mensagens: 95
Ter Nov 19, 2013 3:53 pm
Fui abordado por uma senhora no estacionamento da Best Buy perto do Florida Mall com história parecida...

Dei 2 dólares para não correr o risco do carro ficar visado, mas assim como vcs, depois fiquei pensando no caso e nas inconsistências...

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baran Mensagens: 10215
Ter Nov 19, 2013 4:00 pm
Anos atrás fui abordado por uma mulher no estacionamento da UERJ, à noite, quando ia a uma cerimônia de formatura.

Mesma técnica: falar sem parar e contar uma história de roubo.

Ganhou de mim o mesmo que o inglês de Natal: nada!

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zardox Mensagens: 11619
Ter Nov 19, 2013 4:02 pm
A tática com o baran é "fala mansa e pausada"....rsrsrsrsrsrs

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baran Mensagens: 10215
Ter Nov 19, 2013 4:06 pm
Do jeito que eu sou desconfiado e contido (minha mulher diz que eu sou pão-duro), também não vai levar nada!

geniramosveras Mensagens: 345
Ter Nov 19, 2013 4:09 pm
Baran,
Fui para um congresso em Natal em abril do ano passado. Advinha quem estava la e me fez passar de trouxa? O estrangeiro roubado e perdido! A mesma historia de Recife... dei 5.00 pq fiquei com medo, estavamos eu e uma colega somente indo jantar em um restaurante da orla, com algumas sacolas nas maos.
o cara nao mudou a estrategia e continua fazendo vitimas!

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baran Mensagens: 10215
Ter Nov 19, 2013 4:15 pm
Eu sabia que alguém aqui ia conhecer o gringo golpista! :D

Ele deve viver disso: pequenos golpes. Não ganha muito a cada golpe, mas também não se arrisca muito. Ganha R$ 5 aqui, R$ 10 ali, e vai vivendo. Mora em uma cidade agradável, com um clima bem mais agradável que o da Grã-Bretanha, e por aí vai.

O Ronald Biggs foi mais radical nesse ponto. :)

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zebinsk Mensagens: 1282
Ter Nov 19, 2013 4:37 pm
Eu devo ter cara de Madre Tereza de Calcutá.
Nos EUA já foram 3 vezes.
1. Em Los Angeles, enquanto eu abastecia o carro, um sujeito me pediu para abastecer o carro dele. Respondi em português mesmo: "Não estou te entendendo." e ele foi embora.
2. Em Miami, num estacionamento do Walmart, um sujeito com aquelas roupas de golfista de bermuda foi se aproximando com a carteira aberta e dizendo que perdeu tudo e queria uma ajuda para abastecer o carro, também mandei um "Não estou te entendendo" e ele contou a estória em espanhol aí emendei "Yo no tengo.".
3. Em Orlando, num fast food mexicano um brasileiro com cara de sofrido me abordou em português e disse que a crise estava feia e ele não estava achando empregos. Dei $2 e dei "dias melhores".

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zardox Mensagens: 11619
Ter Nov 19, 2013 4:43 pm
Fazendo um continha básica:
- o cara "trabalha" 6 horas por dia;
- a cada hora, pede uma ajudinha para 20 pessoas.. média de 1 pessoa a cada 3 minutos...
- destas, 20% se comovem ou morrem de medo e dão uma pequena ajuda.
- a média da "ajudinha", fica na faixa de, digamos, R$ 2,00..
Teríamos então:
6 x 20 x 0,2 x R$ 2,00 = R$ 48,00/dia...
Considerando que o inglês dele é de Oxford, e não de Harvard, acreditamos que tenha um maior convencimento, face à tradição..
Isto pode significar um resultado de 40% de contribuições, com valor médio de R$ 3,00..
Teríamos então:
6 x 20 x 0,4 x R$ 3,00 = R$ 144,00...
Interpolando entre o valor mínimo e o valor máximo, ficamos com a média de (R$ 48,00 + R$ 144,00) / 2 = R$ 96,00 / dia...
Se levarmos em conta que ele deve ser um "trabalhador" dedicado, pode-se imaginar que faça um jornada mensal de 26 dias / mês.. claro, preservando o domingo, pois este a "God" pertence...
No final do mês, tem um faturamento mensal de R$ 2.496,00...
Bem melhor que um "family bag"...
Acredito que o(s) filho(s) do baran, ainda vai(ão) criar tópico falando deste cidadão... rsrsrsrsrs





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