Passageiro desembarca com máscara do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Foto: Fábio Tito/G1.
Há semanas o assunto não muda. O mundo todo acompanha os passos do surto de coronavírus, que teve início na Ásia, mas no momento desta publicação, chegou ao até então ápice na Europa, mais especificamente na Itália.
Como é viajar para Europa com conexão na Itália neste período?
Para cessar esta dúvida, conversei com o meu padrasto, GC, que viajou com a filha de 21 anos para Espanha e França entre os dias 16 e 27 de fevereiro, com entrada e saída via Roma, pela rota direta desde/até o Rio de Janeiro da Alitália. No dia da ida, a epidemia ainda não havia alarmado a Europa. O número de casos confirmados de infectados e as ações consequentes de tal notícia aconteceram exatamente durante a viagem de GC.
A conexão na capital italiana era de três horas, o que naturalmente fez com que eles sequer saíssem do aeroporto. Entretanto, este é um dos locais de maior risco de transmissão da doença.
GC: ''Na ida a crise estava bem no início, sem casos na Europa efetivamente comprovados. Por isso, muito pouca gente de máscara no Aeroporto de Fiumicino. Reparei algumas poucas pessoas, mas nada significativo. Não houve qualquer orientação ou restrição de circulação. Na volta a coisa já estava muito mais grave e ainda assim, nada nos foi orientado no aeroporto''.
Você percebeu uma mudança de comportamento após os casos na Europa serem confirmados?
GC: ''Enquanto estava lá apareceram os casos na Itália. Todos os canais e programas de televisão falavam quase exclusivamente sobre o assunto, buscando orientar e informar, mas também evitar pânico. No dia que a notícia saiu eu estava na Espanha, fui em umas cinco farmácias e não encontrei máscaras a venda, todas estavam esgotadas. As prateleiras vazias foram o máximo de 'cenário apocalíptico' que eu vi. Nas ruas, tudo seguia normal. Notei especialmente que o metrô de Barcelona continuava lotado. O Carnaval das Canárias, que é o mais famoso da Europa, aconteceu normalmente.
A maior mudança de comportamento que eu percebi foi de xenofobia e racismo contra asiáticos. Alguns grupos conservadores tentaram fazer barulho com pequenas manifestaram públicas. Felizmente, a cobertura local pareceu repudiar os atos, que não tiveram muita aderência popular''.
Você fez algo para se proteger?
GC: ''Pessoalmente, sou do tipo que prefere se manter racional, sem alarde. Então, eu lavava as mãos e o rosto o tempo todo e usava álcool gel para tudo. Mas nada além disso. Segui meu roteiro de viagem normalmente''.
Como foi a chegada no Brasil? Houve algum procedimento específico?
GC: ''Normal, sem novos procedimentos por causa do epidemia. Eu não voei com máscara, mas minha filha sim. E o mais curioso é que os funcionários Galeão pediram para que ela tirasse a máscara assim que pousamos. Não sei exatamente o motivo''.
GC: ''A primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi lavar todas as roupas da mala, sem excessão. Custa nada prevenir. Como voltaria ao trabalho no dia seguinte, também me consultei em uma clínica médica, novamente por prevenção. Como não foram observados sintomas, a vida segue normal até segundas ordens''.
E você, está preocupado com a doença? Tem viagem marcada para a Europa? O que pretende fazer? Conte para nós nos comentários!
Bom ler esse relato. Muitas pessoas estão preocupadas e sem saber se cancelam ou não a viagem. Itália então nem pensar.
Eu tenho uma viagem em abril para Europa - Holanda e Bélgica - e estou ainda sem saber se irei ou não. Aguardando cenas dos próximos capítulos e orientações.
Cheguei hoje via Galeão e não havia nenhum controle. Apenas uma funcionária da Air France alertou os passageiros para os cuidados de higiene e mais nada. No CDG, muita gente usando máscaras. No GIG, mais os funcionários usando.
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Publicado: Seg Mar 02, 2020 1:59 am
FabioMensagens: 8856Rio de Janeiro- RJ
Delta jah anunciou suspensao dos voos para a Italia. Questao de dias ateh que as outras sigam o mesmo caminho.