Tudo que você precisa saber para planejar sua viagem para Myanmar

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falandodeviagem Mensagens: 19828 Administrador
Seg Mar 19, 2018 10:51 am
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Basta uma rápida busca nas imagens do Google para descobrir que o Myanmar, antiga Birmânia, é um país único, que se destaca pela imensa quantidade de templos budistas em suas principais cidades e vilarejos, mas não é só. Tentaremos colocar em palavras e imagens quão poético é o país e quão acolhedor é seu povo.

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O Myanmar se abriu para o mundo do turismo nesta década (mais especificamente em 2012). Portanto, ainda se mostra bastante fiel às suas próprias tradições. E, de quebra, a quantidade de turistas dividindo os cenários ainda é bem reduzida em comparação com seus vizinhos do Sudeste Asiático já conhecidos do grande público: Tailândia, Camboja e Vietnã.

1) VISTO

Brasileiros precisam de visto. O processo de emissão é bastante simples e pode ser feito on-line pelo site oficial, onde é solicitado o preenchimento de um formulário (disponível em inglês) com suas informações e na sequência deve ser feito o pagamento de US$50 (o visto permite apenas uma entrada e estadia máxima de 30 dias).

Em até 4 dias úteis (pode sair até antes, como aconteceu no nosso caso) é emitido on-line um documento denominado Approval Letter (não é o visto em si, é uma carta de pré-aprovação e tem validade de 90 dias); ela é indispensável para a companhia aérea permitir seu embarque para o Myanmar. Ao desembarcar, essa carta deverá ser apresentada no guichê competente para que o seu visto seja emitido (em tese, pode ser solicitada a passagem de saída do país também).

Há a opção de tirar o visto pela Embaixada do Myanmar em Brasília, mas não vemos muita vantagem e consideramos menos prática, além de mais custosa e demorada.

2) VACINA DE FEBRE AMARELA

É necessário ter o Certificado Internacional de Vacinação de Febre Amarela, o qual foi solicitado na nossa entrada no país (aliás, no Sudeste Asiático costuma-se solicitar a apresentação com frequência, especialmente na Tailândia – nem tente arriscar ir sem).

No mais, recomendamos que esteja com as demais vacinas em dia para sua própria segurança – é preciso ter consciência que nem todas as cidades possuem uma grande estrutura de atendimento de saúde.

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3) MOEDA

A moeda oficial é o Kiat (MMK). O câmbio pode ser feito em bancos nas cidades maiores ou em pequenas lojinhas nos vilarejos. Real não é aceito, então leve dólares ou euros. Durante nossa viagem 1 dólar valia cerca de 1300 kyats e o euro 1600 kyats.

Há caixas eletrônicos na maioria das cidades turísticas, mas recomendamos levar já consigo alguma quantidade em dinheiro para evitar contratempos.

4) CARTÃO DE CRÉDITO

A maioria dos programas turísticos são contratados diretamente com motoristas de tuk tuk ou em pequenas agências (barraquinhas de rua, para ser mais específico). Assim, o uso de cartão de crédito nesses estabelecimentos e também em pequenos restaurantes é bastante limitado. Para hotéis e passeios mais caros – como, por exemplo, o voo de balão em Bagan – os cartões de crédito Visa e MasterCard são usualmente aceitos.

5) COMUNICAÇÃO

O idioma oficial é o birmanês, havendo diversos dialetos falados por vilarejos mais afastados. Como a abertura para o turismo é recente, a comunicação em inglês ainda é um pouco limitada (não espere conversas aprofundadas com os locais), mas nada que chegue a inviabilizar a viagem. E, verdade seja dita, as conversas permeadas de mímicas e sorrisos são parte do charme local.

As placas usualmente estão na língua local, mas de toda maneira na maioria das cidades será necessário contratar um transporte – aluguel de motos por estrangeiros é proibido e o trânsito pode ser um tanto caótico também, inclusive nas estradas sinuosas.

6) RELIGIÃO

A religião largamente difundida no Myanmar é o budismo e é fácil constatar isso pela quantidade de templos, estupas e pagodes espalhados pelo país e mesmo pelos pequenos altares dispostos em lojas, casas e restaurantes.

7) FUSO HORÁRIO

O Myanmar está a 9:30 de diferença do Brasil, horário de Brasília. No horário de verão, a diferença cai para 8:30.

8) ROTEIRO

O país possui um número imenso de atrações, de forma que o roteiro fica a critério do tempo de que se dispõe (muitos optam por combina-lo com outros países vizinhos do Sudeste Asiático, decidindo assim passar apenas pelas cidades principais).

Vamos aos 4 principais pontos turísticos:

Bagan: a cidade dos 3 mil templos, com seus nasceres do sol magníficos e balões voando.

Inle Lake: trata-se mais de um vilarejo que propriamente uma cidade, mas vale muito a visita para observar o cotidiano dessa população que vive em função do rio e cujo meio de transporte oficial são longos barcos de madeira.

Mandalay: esta cidade já tem um ar mais de cidade grande, mas seus muitos monastérios e a ponte U-Bein dão um charme especial. Além de ser possível fazer bate-voltas para pequenos vilarejos que foram no passado remoto importantes centros e que hoje vivem primordialmente de variados tipos de artesanato.

Yangon: a maior e mais caótica cidade birmanesa, sua grande atração é uma imensa pagoda dourada, a maior do pais e que atrai milhares de turistas, monges e locais todos os dias para admirá-la. No mais, por ser uma cidade metropolitana, há bem mais opções de restaurantes interessantes e culinária diversificada de outros países.

Além dessas, há ainda atrações para os amantes de natureza e trekking. Citamos Hsipaw, Mrauk-U, Hpa-An e Mawlamyine. Ainda, temos a excêntrica e recente capital Naypidaw com suas imensas avenidas e praticamente nenhum habitante e praias tão bonitas quanto desertas em Ngapali.

9) QUANDO IR?

O período ideal fica entre novembro e fevereiro, quando há pouquíssimas chuvas e a temperatura fica agradável, entre 20 e 25 graus. Março e abril, embora não tenham muitas chuvas, alcançam temperaturas de até 35 graus. E andar pelas pequenas estradas de terra descampadas pode se tornar uma experiência bem desagradável (ou mesmo levar a uma insolação). De maio a outubro a temperatura ainda está bastante quente (na casa de 25 a 30 graus) e há muitas chuvas, o que atrapalha bastante.

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10) TRÂNSITO E TRANSPORTE

Nos vilarejos menores, os principais meios de transporte são motos e scooters. Você pode se aventurar sozinho (não precisa ter habilitação – aliás, não precisa nem saber dirigir se pegar um local com algum grau extra de paciência e disposição em ensinar) ou combinar com algum dos locais um roteiro e ir na garupa. Para aqueles que acham muito desconfortável a ideia, existe a possibilidade de ir de van em pequenos grupos.

Em cidades maiores como Mandalay e Yangon, (esta última possui aplicativos como Uber e Grab) não recomendamos dirigir por contra própria no transito, que é um tanto quanto caótico. Ficam as sugestões de andar na garupa dos locais ou contratar serviço de van.

11) ALIMENTAÇÃO

A comida não é muito diferente do restante do Sudeste Asiático: com muito arroz, frango/porco, sopa e noodles. As comidas podem ser bem temperadas, então cuidado se tiver pouca tolerância a pimenta e molhos picantes.

Não há redes de comida internacional e nem fast foods, mas a grande maioria dos restaurantes conta com um pequeno menu internacional (usualmente massas, pizza e sanduíches). A bebida alcoólica é liberada e pode ser adquirida tanto em restaurantes como mercados.

Em Bagan, a cidade mais querida pelos turistas, recomendamos três restaurantes: 7 Sisters (restaurante familiar comandado, como já diz o nome, por 7 irmãs, e que conta com um extenso e caprichado menu birmanes), The Moon (melhor vegetariano) e Sharky's (restaurante de comida ocidental, estilo farm to table, com atendimento impecável e um salão enorme com boa música).

12) ÁGUA

Sugerimos fortemente nunca tomar água da torneira e também evitar gelo em pequenos restaurantes locais. Garrafas de água são vendidas em todas as esquinas, inclusive na porta das atrações turísticas, a preço muito acessível.

13) LIMPEZA

As cidades grandes não são exatamente limpas. Encontra-se com alguma frequência lixo e entulho pelos cantos. Há muitos prédios antigos e construções abandonadas. De toda forma, há hotéis e restaurantes limpos por preços acessíveis aos turistas.

14) HOSPITALIDADE

Um dos pontos altos do Myanmar reside justamente na simpatia e receptividade do povo birmanês. O inglês não costuma ser dos melhores, mas ainda assim eles se mostram solícitos todo o tempo para repetir o que disseram e também ajudarem em tudo que for possível.

É importante ter em mente que o país é muito pobre e abriu recentemente ao turismo. Então, essa se tornou uma das principais fontes de renda, especialmente nas cidades menores, onde não há muitas ofertas de emprego. Os locais estarão sempre circulando próximo a atrações turísticas vendendo bebidas, souvenires, pinturas, roupas e o que mais puderem vender (alguns utilizam indumentárias típicas para tirarem fotos com turistas em troca de algum trocado).

A maioria dos produtos e serviços não possuem preços tabelados, então barganhar vai fazer parte da sua rotina pelo país – os debates costumam ser bastante cordiais e os vendedores são tão simpáticos quanto insistentes.

Os brasileiros são muito bem-vindos ao país – como costuma acontecer pelo mundo inteiro. A primeira reação é sempre a menção ao nome de jogadores de futebol famosos seguido pelo sorriso orgulhoso de termos atravessado o mundo para prestigiar o país deles.

15) REMÉDIOS

Recomendamos levar os remédios que costuma usar, pois a comunicação em inglês não é muito simples, e, no geral, as farmácias são pequenas vendas familiares. No mais, certamente se mostra importante contratar um bom seguro viagem para evitar problemas (recomendamos especial cautela com cachorros. Há centenas deles por todas as partes, especialmente filhotes fofos, mas melhor manter distância para evitar mordidas).

16) COMO SE VESTIR

Não há proibições para as vestimentas. De toda forma, lembramos que é um país que se abriu mais recentemente ao turismo e que não está acostumado a ver mulheres de micro-saias e biquíni – assim, mesmo se for à praia, sugerimos vestimentas menos ousadas.

Como boa parte da programação turística do país envolve a visita a templos e monastérios budistas, é preciso que as pernas e ombros estejam cobertos (e sem decotes). Para as mulheres, é possível tanto comprar saias quanto calças de tecido leve (e preços bem baratos) nos mercados locais. Ainda, será necessário tirar calçados (inclusive meias), então sugerimos sandálias ou sapatos fáceis de retirar.

17) ACESSIBILIDADE

A acessibilidade é bem limitada para cadeirantes. Poucas atrações turísticas têm estrutura de rampas e locais adaptados, o que dificulta bastante o acesso para quem usa cadeira de rodas e até quem tem alguma dificuldade de locomoção (muitas atrações possuem imensas escadarias).

18) HORÁRIO COMERCIAL

O comércio costuma funcionar em jornadas bem estendidas. A maioria das cidades possui os famosos night markets (mercados noturnos com uma imensa variedade de comida, roupa e souvenir).

19) GORJETA

O valor da gorjeta não é incluído no valor final da conta – exceto em pouquíssimos restaurantes em Yangon. Nos restaurantes familiares gorjetas não são necessariamente esperadas, mas o sorriso espontâneo quando dadas é nítido (pode ser algo em torno de 10%). Em todos os serviços de guias e transporte há expectativa de alguma gorjeta. É sempre bom ter notas trocadas nestes momentos.

20) TOMADAS E VOLTAGEM

A voltagem costuma ser 220V, mas recomendamos confirmar no hotel antes de utilizá-las. As tomadas em geral são de 2 pontos redondos e não há grande dificuldade para conectar os equipamentos eletrônicos brasileiros (exceto os que já são do novo padrão de 3 pinos).

21) COMPRAS

A moeda do Myanmar é bastante desvalorizada e o país tende a ser barato, dentro da média do Sudeste Asiático. Há muitos souvenires, desde postais e pinturas até lenços e caixinhas. Nos mercados é preciso sempre negociar, pois os preços não são fixos. A indústria têxtil tem se destacado e vale a pena conhecer os estúdios de fabricação.

22) TELEFONE E INTERNET

Por incrível que possa parecer, as redes Wi-Fi são bastante comuns nas cidades do Myanmar, sendo anunciadas na porta de cafés e restaurantes para atrair turistas (nem sempre é muito rápida). No mais, logo que desembarcar nos aeroportos, já é possível achar lojinhas vendendo chip de celular para turistas, bastando escolher o pacote mais adequado (com ou sem ligações e quantidade de GB). Custa em torno de US$10 a US$15.

23) SEGURANÇA

O Myanmar no geral é um país bastante seguro para turistas. Sugerimos, como em qualquer lugar do mundo, não largar mochilas e objetos pessoais, mas os casos de furtos e roubos não são comuns.

No mais, mesmo andando desacompanhado (inclusive se for mulher) e à noite não há sensação de medo. Os tours com guias são recomendados pela chance de aprender mais sobre as atrações turísticas, mas não há necessidade de contrata-los por questão de segurança. Já é bastante considerável o número de mochileiros e mochileiras andando sozinhos pelas cidades e dirigindo suas scooters alugadas.

FOTOS

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Boa viagem!

Texto e fotos: Renata Hollanda.

E você, conhece o Myanmar? Gostou? Recomenda? Conte para nós a sua experiência!
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Adriana Mensagens: 2231
Ter Mar 20, 2018 8:40 am
Post super completo. Já arquivado.
Myanmar está na Wish List.

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JulianaMagalhaes Mensagens: 6026
Ter Mar 20, 2018 12:10 pm
SUPER guia! Tenho loucura para conhecer Myanmar!
E parabéns pelas fotos! Estão lindas! :)

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zardox Mensagens: 11619
Ter Mar 20, 2018 2:13 pm
Eita.. que país lindo...
Fotos muito bem tiradas... excelente trabalho de fotografia e pesquisa..
Parabéns Renata...
Eu só ouvia falar de Myanmar por conta dos problemas políticos... mas lendo o post, pintou vontade de conhecer...

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GabrielDias Mensagens: 41746
Sáb Mar 24, 2018 4:41 pm
Dicas excelentes e fotos lindas! Quero conhecer algum dia, mas não está na minha lista de prioridades no momento.





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