Guarulhos ou Galeão: onde a alfândega é mais rígida?

Troca de informações sobre alfândega no Brasil.
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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Fev 17, 2020 8:43 am
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Uma das perguntas que mais me fazem, tanto aqui quanto no dia a dia, é sobre a alfândega. A fiscalização da Receita Federal nos aeroportos do Brasil deixa muita gente com dúvidas, receios e medos. O principal medo, claro, é o de extrapolar o defasado valor da cota da alfândega - de apenas US$500 - que é tão defasado que não me lembro de cabeça a última vez que tivemos um reajuste. Todo mundo sabe que esse valor não é condizente, inclusive os próprios fiscais, mas é o que determina a lei.

Leia também: Fiscal da alfândega me chamou pelo nome e me enviou para a inspeção de bagagem no GIG

Em 99% das minhas viagens internacionais eu fiz a alfândega no Aeroporto de Guarulhos (GRU), em São Paulo, ou no Aeroporto do Galeão (GIG), no Rio de Janeiro. Como faço muitas viagens internacionais, acredito que nos últimos anos eu tenha passado mais de 50 vezes nesses aeroportos, ou seja, tenho experiência de sobra.

Quantidade de voos internacionais

O GRU Airport tem muito mais voos internacionais do que o RIOgaleão, ou seja, a quantidade de passageiros passando pela alfândega é maior lá. São dois terminais com voos internacionais e SP, o Terminal 2 e o Terminal 3. Já no RJ, como são menos voos, todos operam apenas no Terminal 2. A quantidade de voos, que influi diretamente no número de passageiros, é um fator para a fiscalização, que não consegue que o voo inteiro seja fiscalizado. Na verdade, apenas uma pequena parte dos viajantes passam pelo raio-x, e o restante passa direto sem nenhuma fiscalização.

No caso no GIG, pelo menor movimento, eles podem enviar o voo inteiro para o raio-x, e isso já aconteceu comigo várias vezes. Já no GRU, nunca vi isso acontecer, pois como o fluxo é muito grande iria causar um grande tumulto.

Reconhecimento facial

No GIG, o reconhecimento facial sempre me para, e me encaminha para a fila de fiscalização mais rigorosa, onde além de passar as malas, mochilas e sacolas no raio-x, eu também preciso passar pelo aparelho - que é uma forma de detectar se há produtos escondidos nas roupas. No GRU, o reconhecimento facial nunca me parou, e muitas vezes nem vejo funcionando.

Rigidez dos fiscais

Isso é muito relativo e depende de fiscal para fiscal. Nunca tive problemas com fiscais, que sempre agiram de acordo com as regras, e muitas vezes tive que apresentar comprovantes, seja de pagamento de imposto em viagem anterior ou de nota fiscal comprovando que determinado item da minha bagagem não ultrapassava a cota. Vale lembrar que, algumas vezes, declarei produtos, como notebook, que estavam acima da cota.

Particularmente, acho que os fiscais são mais rígidos quando percebem que a pessoa está com claro propósito comercial em revender as mercadorias trazidas ou quando percebem que o viajante está dando uma de malandro. Toda mentira que você pode inventar provavelmente eles já ouviram milhares de vezes.

Declarar ou não declarar?

Eu sempre declaro quando estou com algum produto acima da cota. Prefiro pagar o imposto e chegar tranquilo. Além disto, evito problemas com viagens futuras, afinal, o imposto pode ser cobrado em outra viagem. Não vou dizer o que você deve fazer, pois cada um faz o que acha correto. Sei que, de certa forma, me incomoda sempre ser parado no GIG, mas entendo que o grande número de viagens internacionais pode levantar suspeitas. Eu gosto de viajar pelo GRU por causa das aeronaves melhores e voos diretos, que não tenho no GIG, onde moro.

Quer arriscar?

Se você quer arriscar, o movimento do GRU é maior, então a chance de você ser parado é pequena. Eu, por exemplo, acho que só fui para o raio-x duas vezes até hoje, e mesmo assim nunca precisei abrir as malas ou tampouco mostrar qualquer comprovação. Depois do raio-x, fui liberado direto. Vale lembrar que, se você arriscar e for pego, terá que pagar multa, então ao invés de pagar 50% de imposto em cima do valor excedente você vai pagar 100%.

Alfândega nos aeroportos brasileiros

Veja mais detalhes sobre a alfândega em nossos aeroportos:
- Como é a alfândega no Aeroporto de Guarulhos (GRU) em São Paulo
- Como é a alfândega no Aeroporto do Galeão - Rio de Janeiro
- Como é a alfândega no Aeroporto de Brasília
- Como é a alfândega no Aeroporto de Belo Horizonte
- Como é a alfândega no Aeroporto Luiz Eduardo - Salvador
- Como é a alfândega no Aeroporto de Porto Alegre
- Como é a alfândega no Aeroporto de Manaus
- Como é a alfândega no Aeroporto de Viracopos

Matérias interessantes sobre a alfândega

Caso você queira se aprofundar no assunto, a leitura dessas matérias irá lhe ajudar:
- Cota da Alfândega: tudo o que você precisa saber sobre o imposto cobrado
- Como funciona a alfândega nos aeroportos brasileiros?
- 12 mitos sobre a alfândega
- Como os fiscais da alfândega definem quem será fiscalizado?
- Para onde vão os produtos apreendidos pela alfândega?
- A cota de 500 dólares da alfândega é acumulativa para famílias?
- Pague o imposto de compras no exterior antes de voltar ao Brasil
- O imposto pago entra na soma da cota da alfândega?
- Celular entra na cota da alfândega?
- Qual é a quantidade de bebidas que posso trazer do exterior?
- Sala de retenção da Receita Federal no Aeroporto do Galeão
- Preciso declarar o dinheiro que vou levar em uma viagem ao exterior?

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Leia também:
- Grupos do Falando de Viagem no WhatsApp
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Boa viagem!

E você, costuma usar o GRU ou o GIG? Costuma ser parado pela alfândega? Conte para nós a sua experiência!
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fgtoledo Mensagens: 86
Seg Fev 17, 2020 11:07 am
Algo que é importante divulgar sobre a (defasada) cota de US$ 500 é que ela vale somente para uma viagem à cada 30 dias. Se teve uma segunda viagem neste período mesmo que não utilizou a cota na primeira, a segunda não tem cota de isenção.

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GabrielDias Mensagens: 41746
Seg Fev 17, 2020 12:01 pm
Sim. Isso está explicado nas matérias do leia também.

Não tive direito a minha cota da alfândega! https://www.falandodeviagem.com.br/viewtopic.php?f=224&t=18081" onclick="window.open(this.href);return false;

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JulianaMagalhaes Mensagens: 6026
Seg Fev 17, 2020 12:21 pm
Pela minha experiência GIG a alfândega é bem mais rígida. Nunca me pararam em GRU, nem grávida voltando do enxoval heheh GIG atualmente não tem me parado - mas já fui parada diversas vezes.

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Fabio Mensagens: 8900
Ter Fev 18, 2020 3:54 am
Se colocar um nariz de palhaco da para driblar o reconhecimento facial?

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zardox Mensagens: 11619
Ter Fev 18, 2020 6:00 am
Eu devo ser muito sortudo... sempre passei tudo em GIG de boa.. a única vez que fui parado foi porque minha esposa resolveu comprar uns 30 pacotinhos de biscoito Oreo... e o fiscal me perguntou se tinha algo de valor.. disse que não é falei pra ele todas as malas e olhar.. mas ele próprio fez reconhecimento facial: olhou pro meu rosto, viu que eu tava falando a verdade e liberou...
Já em Sampa, vindo de Buenos Aires simplesmente abriu as malas de todo mundo da família....
Como ninguém queria se intoxicar com alfajor, o limite individual se US $ 500.00 ñ foi estourado...
Em GIG, certa vez, meu filho empurrava o carrinho com 4 malas de Lego, que ficaram mais altas que ele... quando o fiscal perguntou se tinha um carrinho andando sozinho ele botou o rostinho e falou:
"... não, sou eu o PH, e tô com meus Legos aqui nas malas... vc quer olhar????"..
O fiscal muito legal falou:
" não meu filho... ñ quero olhar senão desconfio que vou ter que ficar com eles..."..
Ainda bem que ñ olhou.. tinha mais de 2 mil dólares dentro das malas... rsrs

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baran Mensagens: 10215
Ter Fev 18, 2020 8:23 am
@zardox, esse fiscal foi muito legal. Se ele abrisse as malas e encontrasse 2 mil dólares em Lego, teria que te multar, seu filho entenderia que o pai foi multado por causa dele e ficaria se sentindo muito mal. Acho que ele teve sensibilidade para perceber isso.

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zardox Mensagens: 11619
Ter Fev 18, 2020 9:05 am
@baran...
Eu nunca vou declarar nada na fiscalização... cabe a ela parar e me perguntar o que tem dentro das malas.. e não vou mentir.. vou falar a verdade... se ele quiser multar e cobrar 100%, sem problemas, vou pagar, porque essa é penalidade pela não declaração..
Em verdade... a lei é para todos.. inclusive para mim...
Mas, eu nunca trago nada que não seja para mim ou minha família.. é tudo uso pessoal...
Neste aspecto, eu acho errado ter que pagar impostos...
Mas.. o nome é bem claro, se chama "imposto" e não "opcional", ou seja, é para ser pago..
Então, eu não declaro nada... se for pego, não vou mentir e nem reclamar nada...vou pagar de boa, porque essa é a punição para quem não declara...
E sim, o fiscal foi muito legal, porque eu teria que pagar mais de US$ 2 mil de multa e pagaria até mais que isso.. de maneira alguma eu deixaria meu filho sem seus Legos....
Tinha Lego de 30 peças e Lego de mais de 3.000 peças.... falei pra ele montar os menores e aos poucos ir montando os maiores... e quando tivesse dificuldades, me chamar para ajudá-lo...
Depois de uns 30 dias, perguntei se ele tava tendo alguma dificuldade.. ele me levou no quarto de brinquedos e todos os Legos estavam montados... :lol: :lol: :lol: :lol:
Outras vezes os fiscais me perguntaram o que tinha dentro das malas... e sempre disse a verdade.. tenho monte de toalhas, roupas, lençóis, celular novo de US$ 750.00.. mas sempre disse que era tudo para uso pessoal e ninguém nunca me multou...
Mas.. alguns amigos meus não tiveram essa sorte... mas, porque mentiram...
E a pior coisa que pode ocorrer é usarem aqueles sacos que fazem vácuo para caber mais... fiscal pega aquilo e não gosta... porque já vai achando que é para comercializar... eu usei uma vez e um colega que trabalhava lá deu a dica pra não usar, porque os fiscais não gostam...
Hoje em dia, com os 23 Kg como delimitador de peso e agora com a AA limitando a 1 mala, e com o dólar a quase R$ 5,00.. nem sei se vale a pena comprar coisas por lá...

JPSAL Mensagens: 778
Ter Fev 18, 2020 6:31 pm
A cota de US$ 500 deve subir para US$ 1000 nos próximos dias (não confundir com a cota de free shop, é a cota de compras no exterior mesmo), pendente aprovação do Mercosul (acho que já aprovou) e edição de uma resolução pela Receita Federal.

@zardox, eita Lego caro esse...

GRU depende bastante do Terminal. Sempre que venho pelo T3, tem tanto voo chegando junto que nunca fui parado. Já uma vez chegando pelo T2 de Delta o fiscal me perguntou de onde estava vindo (Nova Iorque) e me deixou passar, mas eu só estava com uma mala. Se eu tivesse dito Miami, provavelmente teria ido para o Raio X.

eestein Mensagens: 239
Qua Fev 19, 2020 6:34 am
Sempre evito GIG. Por questão de preço, tive que voltar por lá ano passado, mas sempre que posso, volto por GRU. Já contei aqui, há uns anos, uma experiência que tive no GIG vendo a corrupção rolando solta.

Eu parei por vontade própria para declarar uns itens que tinha comprado, mas um colega de vôo foi parado indo pra fila de nada a declarar. Ele teve que pagar imposto e propina... Depois dessa experiência, só GRU em todos esses anos, tirando ano passado.





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