Nos últimos anos a Receita Federal tem realizado significativas mudanças na alfândega nos aeroportos. Nós sempre achamos que essas mudanças foram piores para os viajantes, apesar de parecer o contrário. A partir de 2012 o DBA, que é a declaração de bagagem acompanhada, deixou de existir. O que prometiam com isso? Maior agilidade e menores filas nos aeroportos.
Em janeiro de 2012 passamos pela alfândega do Aeroporto do Galeão, no Terminal 2. Como o voo vinha de Buenos Aires ninguém era parado. Só havia um fiscal, que sequer olhada para os passageiros e suas bagagens.
Em fevereiro de 2012 passamos novamente pela alfândega do Aeroporto do Galeão, mas desta vez no Terminal 1. O voo vinha de Nova York, mas havia ainda dois voos, um vindo de Miami e outro de Atlanta.
Depois de quase 30 minutos esperando nossas malas, elas chegaram. Caminhamos então para a alfândega. Éramos duas pessoas, com uma mala cada um e uma mala de mão. Ao nos aproximarmos já reparamos uma enorme fila. Como assim? Com o fim do DBA a fila não deveria diminuir e o procedimento ser mais rápido? Deveria, mas na prática nada mudou e a lentidão e burocracia continuam.
Como era: Você preenchia o DBA, ainda no avião. Ao chegar no fiscal você o entregava e ele ou te liberava ou te mandava ao raio-x. Procedimento que levava no máximo 5 segundos.
Como ficou agora: Não há o DBA, então o fiscal não sabe nada sobre você. Então, ao chegar nele, ele pede seu PASSAPORTE, algo que NUNCA foi solicitado antes. Assim, ele abre e fica folheando as páginas, para ver seus carimbos. Procedimento demora pelo menos 10 segundos.
Nós, como temos centenas de carimbos, fomos encaminhados ao raio x. O fiscal olhou os carimbos e andou para ver as malas. Mesmo sendo apenas duas, ele fez questão de nos enviar para o raio-x.
Agora a GRANDE NOVIDADE: Eles AUMENTARAM MUITO a área da fila que leva ao raio-x. Antes, com 10 pessoas, não havia espaço para mais ninguém. Foi realizada uma reforma de dezembro para janeiro, que aumentou o "curral". Ou seja, agora ele pode parar MUITO mais viajantes, que haverá espaço. E todos ficam na fila esperando a sua vez. Como são apenas dois aparelhos de raio-x, a espera é longa, chata e cansativa.
Quer mais? Atrás de nós, na fila, havia um americano que também foi parado e não estava entendendo nada. Ele estava com uma mochila e uma pequena mala de mão, mais nada. Não havia critério sobre quem era parado ou não.
Depois de uns 20 minutos na fila chegamos finalmente ao raio-x. Há um funcionário que se encarrega de colocar as malas. Passamos tudo e fomos liberados.
Como assim liberados? Havia dois notebooks, uma câmera profissional, uma câmera semiprofissional, GPS, dois iPhones e dois pendrives. Tudo estava devidamente registrado, mas o oficial não falou nada, nem sequer pediu comprovação e liberou tudo.
Mais uma novidade: Instalaram um detector de metais para os viajantes passarem. Até então isso não existia, mas parece que em breve será implementado. Estava desligado quando passamos.
Chega a ser mais desmoralizante para a Receita Federal parar os viajantes e não realizarem checagem na maioria. Para isto, era melhor deixar passar direto.
Nós temos a impressão que somos tratados como criminosos. Trabalhamos, ganhamos dinheiro, viajamos, compramos e, ao chegar aqui, temos que passar por essa quase humilhação para proteger uma indústria nacional que só pensa em aumentar seus lucros.
O valor dessa cota é uma vergonha e precisa ser revisto, assim como esses procedimentos burocráticos e sem critério. Era muito mais justo e rápido quando os viajantes apertavam um botão e só iam para o raio-x quando aparecia a luz vermelha.
Podemos afirmar, sem dúvida nenhuma, que nos últimos anos houve diversas reformas na área da Receita Federal do Galeão. O que falta no resto do aeroporto, lá não falta.
e quando passei o outro funcionário questionou o que era o laptop dentro da minha bolsa (estava apenas com ela) 
Respondi que era um laptop, que tinha três e ele pediu a nota fiscal 
... Mandei ele "catar coquinho" com outros termos e fui embora.