Nestes últimos anos eu só viajei para os EUA com a Continental Airlines fazendo escala em Houston (ou Guarulhos). Em Julho passado voei com eles já sendo "United" e percebi que a qualidade caiu. Diante disso e também pelo fato do vôo ser direto, comprei a minha passagem com a American Airlines. Os horários de chegada em Nova Iorque e aqui eram bons e o vôo direto. Não teria que fazer backtrack, desviar muito da rota e não chegaria ao destino após o meio-dia. Se tivesse ido pela Delta, não conseguiria chegar cedo em NY. Antes tivesse ido com eles...
O preço e a disponibilidade de datas estavam ótimo na época. Para vocês verem, era possível comprar a passagem com embarque até em Outubro. Eu que tinha em mente passar uns dias em NY com uns colegas do trabalho que irão de férias para lá, fiquei com vontade de comprar para ir no feriado de 7 de Setembro. No entanto, como eles não se decidiam para onde realmente iriam e quando iriam, comprei para Abril aproveitando o feriado de São Jorge. A passagem saiu por US$688 (R$1453 com taxas). Uma verdadeira pechincha diante da realidade que estávamos vivenciando até o dolar disparar e os preços caírem novamente.
Esta seria uma viagem bem rápida para Nova Iorque e eu iria apenas visitar uns locais que não conheço bem ainda, voltar em alguns que gosto e almoçar e jantar em restaurantes que há tempos tenho vontade. Programei tudo para não dar errado contava que tudo desse certo para não ter problemas no meu trabalho. Embarcaria sexta-feira à noite e retornaria ao Brasil na terça-feira pela manhã indo diretamente trabalhar. Eu tinha decidido comigo mesmo que não iria fazer isso novamente (fiz bastante disso em 2009), mas para aproveitar a viagem o sacrifício era válido. Ao menos deveria ter sido assim.
Chega a sexta-feira dia 20 de Abril e ainda nos últimos preparativos para fechar a mala, tenho que ir ao banco pegar o dinheiro para o táxi. Já havia dormido tarde pra caramba na noite anterior e tive que acordar cedo. Só aí já deu pra ver como o dia começou bem. Tentei ligar para a cooperativa do aeroporto que possui um preço promocional em corridas para o AIRJ, mas o tempo até o táxi chegar iria me atrasar no trabalho. Acabei pegando um táxi comum na rua e paguei mais caro. Quem mandou não se preparar direito ? Deixei a minha mala guardada no balcão da MALEX e fui trabalhar. Depois de comprar uns dólares fui pegar a mala e me dirigi ao setor B onde fica a AA no Galeão.
Efetuei o check-in nos totems que eles instalaram no aeroporto desde o ano passado. Um funcionário terceirizado lhe auxilia em caso de necessidade. Digitei o meu código de reserva, passei o passaporte e emite o meu boarding pass. Ah, sim: a American NÃO PERMITE check-in online em vôos saindo daqui. Eu que achava isso uma falha por parte da GOL em seus vôo internacionais, achei ridículo por parte de uma companhia do tamanho da American. Voando pela Continental fiz o meu check-in em casa e só tinha o trabalho de despachar a bagagem no aeroporto. Menos mal que agora as máquinas de auto-atendimento te poupam de ficar na fila com os outros passageiros. Depois de pegar o cartão de embarque você é direcionado para seguir até o balcão onde outro funcionário faz aquelas perguntas de praxe sobre a bagagem e verifica o seu passaporte/visto. Após responder as mesmas perguntas de sempre, fui até o balcão despachar a minha mala. Fui atendido sem demoras e logo em seguida já estava com a mala despachada e o comprovante do pagamento da taxa de embarque em mãos que é o que importa para a Infraero. Ao final da entrevista pré-despacho de bagagem o funcionário disse a mim que a Polícia Federal estava efetuando uma operação padrão e por isso seria melhor que eu entrasse logo na sala de trânsito. Eu me recordo que essa operação padrão havia sido feita no dia anterior, mas para evitar qualquer surpresa desagradável naquele momento decidi entrar logo. Se houve operação padrão eu não soube. Assim que entrei, passei pelo raio-x e minutos depois passei no guichê de verificação de passaporte. Em instantes estava na sala de trânsito.
A primeira impressão é a que fica ?? Olha a impressão do Galeão então ? Há quanto tempo essas escadas estão "manutenção" ????? Quem quiser subir até o terceiro andar tem que ir de escada. Sim, porque elevador ali dentro não existe!
O tempo foi passando, a hora de embarque se aproximando e eu estranho a falta de movimentação. Preferi achar que o pessoal da American iria aguardar até o último momento para iniciar o embarque. Eu estava achando tudo muito estranho, já que em vôos como esses o embarque inicia-se 45 minutos antes do vôo
Já passava das 21 horas e resolvi ir até o balcão de informações procurar saber o que estava havendo. Nisso pego a conversa de um passageiro com o funcionário e o mesmo me diz que o vôo está atrasado devido a um problema de manutenção com o avião e que naquel instante ainda não havia previsão, mas que assim que fosse liberado eles iriam chamar para o embarque. Eu como estava com fome, subi até o 3°andar para ver se encarava os preços inflacionados do único boteco que existe ali. Comprei um hamburger poque não aguentava mais de fome. Fiquei na internet (que por sinal possui um sinal de wifi melhor no 3°andar do que no 2°piso) e acessei o meu email. Eu havia me inscrito no Flight Status Notification deste vôo para em caso de qualquer coisa, ser avisar por email. Abro o email e vejo logo umas 3 notificações. A primeira de vôo atrasado e as outras duas de novas previsões de embarque. Desço para o 2°andar e o tumulto começa a se iniciar. Passageiros começando a falar mais alto, funcionários com cara de paisagem sem saber o que falar, repetindo as mesmas coisas e por aí vai. Eu mostro o email para o funcionário e pergunto se aquele horário é aquele que a American está programando a saída do vôo. O mesmo olha com espanto para aquilo e vai correndo procurar outro funcionário. Ou seja, nem quem trabalha para a empresa sabe o que ela está fazendo.
O tempo estava passando e nada de informação. Apenas a mesma ladainha e os passageiros se irritando cada vez mais. Estamos com 2 horas de atraso e ninguém da empresa vem nos dar uma posição. Chegamos a quase 3 horas de atraso e o local vai se esvaziando porque todos os outros vôos da noite vão levantando vôo.
A partir daí o tumulto se intensifica. Ninguém da American é capaz de tomar uma atitude e buscar informações se o vôo vai sair ou não. O que mais nós passageiros queríamos naquele momento era uma posição da empresa: vai decolar ou libera todo mundo e vamos para nossas casas ou hotel. Mas não, ficaram nos cozinhando até depois da meia-noite no aeroporto. Antes de completar 3 horas de atraso, a empresa fez o que determina a legislação e ofereceu "alimentação" a nós:
Acho melhor nem comentar. Isso também é um problema dessa vergonha de aeroporto que não tem local algum dentro da áerea restrita onde possa se comer algo que preste.
O tumulto que já era grande aumentou mais ainda. Os passageiros começaram a reclamar muito mais, passaram a tirar fotos da tela com os vôos para entrar com uma ação contra a empresa, depois tiraram fotos da "refeição", etc. Pessoas se exaltaram e passaram a berrar . Para completar, chamaram a polícia e a Infraero. Aí veio um policial federal e um funcionário da Infraero. Este funcionário se limitou a contactar o setor que cuida dos horários dos vôos e pedir que alterassem o horário ali exposto. Daqueles 21hs que nunca saíam dali, o "novo" horário de embarque foi para meia noite e quinze. O policial federal foi a caminho do avião e não sei o que fez. Quando este retornou junto a um outro funcionário da American é que as coisas tomaram o seu rumo. Passado a meia-noite, aquele mesmo funcionário que checou o meu passaporte anunciou enfim o cancelamento do vôo 973.
Durante a noite toda eu fiquei torcendo para que o vôo não fosse cancelado. Ficava a todo momento entrando no email para ver se a AA liberava uma nova notificação de vôo. E isso realmente ocorria. De 21 foi para 21:30, depois 22hs, depois 23:15, depois 00:30... No aeroporto os funcionários só diziam que tinham que aguardar o que o pessoal em Dallas resolvesse. Enquanto isso, nós passageiros, aguardávamos feito palhaços. Eu sempre ponho a segurança em primeiro lugar. Cancelamentos de vôos ocorrem e por mais chato que isso seja, é preferível voar com segurança a embarcar de qualquer jeito e ocorrer uma tragédia. No entanto, a minha reclamação é a forma como tudo isso foi conduzido pela AA. Dizer que foi triste é elogio. Foi ridícula ! Como disse um passageiro: "agora eu entendo a concordata da American Airlines".
Ao ser anunciado o cancelamento do vôo foi logo nos informado que o embarque seria no dia seguinte ÀS 19:30HS ! Aí que fiquei com mais raiva ainda. Eu esperava que ocorresse o que sempre vi no aeroporto: vôo cancelado deles decolando às 11 da manhã do dia seguinte. Uma passageira questionou isso e o funcionário disse que os vôos de Miami estavam atrasados e não havia como prever que horas chegariam no Galeão no sábado. Ou seja: tudo errado ! A minha programação de aproveitar o feriado em NY ficando 3dias/2noites por lá havia ido para o espaço.
Eis o dito cujo.
Foi anunciado que quem quisesse retornar para as suas casas seria concedido o táxi para ir e voltar ao aeroporto e para quem fosse para o hotel deveria pegar os ônibus que estavam nos aguardando no 1° andar do TPS-1. Recebemos um treco de madeira da AA para mostrarmos ao controle de passaporte quando fossemos embarcar novamente. Assim mostraríamos que já havíamos "saído do país"...
Na entrega desse pedaço de madeira as funcionárias informaram aos passageiros que eles iriam para o hotel e o que teriam direito (café da manhã, almoço, ligações telefônicas). No entanto, só falaram isso para os brasileiros. Os estrangeiros que se virem. Uma achou que eu era de fora e só se limitou a dizer que eu iria ao hotel e ponto final. Nos foi entregue um cartão telefônico no valor de 5 reais para efetuarmos chamadas a partir do hotel ou qualquer outro telefone.
Já eram quase 1 da manhã e eu estava morto de cansaço. Havia acordado as 6 horas e trabalhado o dia todo. Tudo o que eu mais queria era estar dentro do avião para passar o sábado em NY. Ao invés disso, iria ter que passar a noite no hotel aqui no RJ mesmo e só iria embarcar às 19:30hs de sábado...
Com o aeroporto às moscas só nos restou pegar nossas bagagens e embarcarmos nos ônibus de turismo que nos levariam ao hotel. Esperei os da frente partirem lotados e peguei o último que saiu comigo e mais 7-8 pessoas. Lá por volta das 2 da manhã chegamos ao Windsor Atlântica. Ao sair do ônibus e entrar no lobby do hotel, outra surpresa: FILA para o check-in. O detalhe é que não havia ninguém para organizá-la. A gente é que tinha que se virar para saber onde ela começava ou terminava. Os funcionários do hotel se limitavam a distribuir aquelas fichas da Embratur para nós preenchermos com nossos dados. A fila dava volta na recepção e ali fiquei por quase meia hora. Finalmente fui atendido e me foi entregue a chave (key card) do quarto. Ao subir a porta não abria. Naquele altura do campeonato (quase 3 da manhã) não havia ninguém do hotel naquele andar. Eu tive que gastar do meu celular e ligar para a recepção informando o ocorrido. A resposta deles foi pedir que eu descesse até lá e pegasse outra porcaria de chave. Lá fui eu novamente com a minha mala até a recepção. O recepcionista se limitou a me dar outro cartão e disse que eu já poderia ir entrar no quarto. Desta vez o carregador de malas do hotel me acompanhou (a pedido do recepcionista) para ver se a porta abriria. Chego novamente na porta do quarto e NADA ! O funcionário desce e eu tenho que novamente ligar do meu celular implorando para que alguém venha resolver esta situação as 3 horas da manhã. Chegam encarregados da manutenção do hotel e constatam que a fechadura é antiga e não abre com o cartão. Finalmente o chefe da manutenção abre a porta com a chave mestra e eu consigo entrar. Como só iria dormir naquele momento, deixei pra resolver o assunto da chave depois de acordar. Assim que entrei fui logo tomar um banho e dormir porque esse foi um dia (e uma noite) para se ESQUECER.
Acordo quase às 9 horas para não correr o risco de perder o café da manhã. Após ver o final do treino da F-1, me arrumo e desço até o restaurante. O Windsor Atlântica nada mais é do que o famoso Le Méridien que encerrou suas atividades a alguns ano atrás. A rede Winsdor comprou o hotel e o reformou por completo. Por dentro ele é bem bonito, possui padrão 5 estrelas e cobra bem caro por isso.
Voltei para o quarto pensando em utilizar a internet e resolver algumas pendências que ficaram. A principal era: a minha reserva de hotel em Nova Iorque. Apesar de não ter sido cobrado no momento em que fiz a reserva (eles pedem o número do cartão como garantia), eu havia recebido 2 dias antes um email do hotel informando que o prazo de cancelamento e alterações haviam expirado e que a minha reserva estava confirmada. No entanto, caso eu não comparecesse até as 7 da manhã do dia seguinte, seria me cobrado o valor de 1 diária, a reserva cancelada e eu ficaria sem lugar para dormir estando sujeito a reservar um hotel em cima da hora pagando uma fortuna (ainda mais em Nova Iorque). , Como havia feito uma assinatura com o Skype para ligações Brasil-EUA, o netbook teria que ser utilizado assim como a internet do hotel. Liguei para a recepção perguntando se a internet no hotel era cobrada e a resposta foi essa: 39 centavos o minuto ou 35 reais o pacote de 24horas de uso. Desisti na hora! Não iria gastar isso para utilizar a internet nem a pau. Peguei o meu netbook e fui até em casa usar a internet. Liguei para o hotel e expliquei a situação. O atendente (bem solicito) me explicou que tentaria ver se seria possível cancelar a reserva sem multa (devido ao cancelamento do vôo) e efetuar uma nova de 1 noite. Ele pediu que eu retornasse a ligação uns 20 minutos depois para ver o que dava para fazer. Cheguei a ligar para o hotel novamente, mas só caía na gravação. Como a hora do almoço estava chegando, resolvi voltar para o hotel. Antes disso, minha família tentou me convencer a desistir da viagem, visto que eu só iria ficar apenas 2 dias em NY e não conseguiria aproveitar quase nada gastando dinheiro. Relutei muito em fazer isso porque não queria depois de tanto planejamento, seria como uma derrota para mim ficar em casa ao invés de viajar, ainda mais para Nova Iorque. De qualquer forma liguei para a Central de Reservas da American para perguntar sobre o procedimento de alteração da data do vôo. Eu tenho vontade de voar novamente no 2° semestre (setembro ou outubro) e já que esta viagem já estava comprometida, eu poderia transferir a reserva para um dos feriados destes meses. Eu até cheguei a pensar que isso não seria possível, já que este bilhete era promocional. Mas quando falei com a atendente, expliquei sobre o cancelamento e ela me disse que não daria para alterar para data tão distante assim. O máximo que ela poderia fazer seria alterar 1 ou 2 dias da volta e só. Deste modo, só me restou viajar mesmo.
Para um hotel desta categoria, achei que o almoço seria no mesmo nível do café da manhã. Assim que entrei no restaurante, vi que eles reservaram uma parte apenas para os passageiros do vôo cancelado se sentarem. Procurei logo uma mesa e quando fui em direção ao buffet ver o que tinha para comer, vi que só havia feijoada.
Depois é que me toquei que os hotéis daqui servem feijoada aos sábados. E eu estava em um deles justamente no sábado. Ainda consegui catar uns pedaços de filet de frango, salgados e um pouco de arroz, mas não fiquei nem um pouco satisfeito. Um hotel que cobra R$72,00+10% por um buffet e só dá como opção as pessoas feijoada só pode estar de brincadeira. Deste modo, era melhor descer até a rua e entrar no primeiro restaurante da esquina. Ao menos a sobremesa salvou o almoço. Estavam deliciosas as tortas e doces.Na madrugada anterior, fomos informados que os ônibus partiriam do hotel às 16:30 e que nós deveríamos estar prontos as 16hs. Eu liguei ainda para a recepção para confirmar o horário, mas ninguém sabia de nada pela manhã. Ligando para a American eles confirmaram o horário e a tarde a recepcionista do hotel telefonou para o meu quarto confirmando o horário de 16:30. Terminei de arrumar as minhas coisas e desci para efetuar o check-out. O processo foi rápido já que não consumi nada. Do lado de fora do hotel uns 4 ônibus lotados de gente iam saindo. Fui para fila e encontro o meu pai ali que havia ido ao supermercado e aproveitou para me ver. Ele ficou espantado com a quantidade de brasileiros que havia neste vôo. Praticamente 95% dos passageiros. Eu me despedi dele e entrei logo no ônibus. Já passavam das 16:45 e nada do ônibus ir. O vôo estava marcado para as 19:30 ainda estávamos parados na porta do hote. Aí sobe um carregador de malas do hotel e fala o nome de 2 hóspedes estrangeiros. Ele pergunta se ambos estão ali no ônibus e diz que eles possuem despesas em aberto que não foram pagas. O mesmo fala que o ônibus só iria sair quando estes fizessem o check-out. Era tudo o que eu precisava! Já se passava das 17hs e nós ainda nessa enrolação ! Um passageiro se irritou e desceu do ônibus. Nesta hora, os tais hóspedes apareceram na recepção e pagaram a bendita conta. Por volta das 17:10hs finalmente fomos embora...
Chegamos ao TPS-1 do Galeão às 17:45hs (o vôo estava marcado para sair às 19:30hs...).
Retornando ao aeroporto e reencontrando o pessoal da American Airlines, voltamos ao mundo da bagunça. Uma verdadeira bandalha se formou na área do check-in. Parece que nenhum ser que trabalha atualmente nesta empresa que tenha um pingo de inteligência, pensou em organizar o embarque de nós (passageiros do vôo cancelado). Assim que chegamos, entramos na fila com os passageiros do vôo de sábado para Miami e do vôo de Nova Iorque que estava marcado para o sábado. Aí vamos tudo outra vez: reclamações, protestos, funcionários irritados, gente sem saber para onde ir, etc. Até que depois de muita confusão, um funcionário terceirizado resolve fazer UMA FILA só para os passageiros do vôo de Nova Iorque do dia anterior (amém). O problema é que já havia gente na fila normal sendo atendida e gente do vôo de Miami nesta fila "nova". Depois de mais um pouco de confusão, a situação meio que se resolveu. Realmente a situação está crítica para a AA em todos os setores. Neste entrevero todo, o tempo foi passando e eu já tinha certeza absoluta de que o vôo não decolaria no horário marcado. Às 19hs ainda havia gente para fazer o check-in. Eu fiz o meu no balcão, assim como todos os passageiros, e recebemos novos boarding passes. Segui logo para o raio-x e depois para o controle de passaporte. Mostrei para o agente aquele negócio que a funcionária da AA deu para os passageiros e ele mal abriu o passaporte. Uma coisa que achei bem engraçada ( ao menos deu pra rir de algo nessa história toda) foi uma senhora idosa falando com a filha e com outra passageira sobre o avião que nós iríamos viajar. Por causa do problema no dia anterior, ela foi perguntar a uma funcionária se estava tudo certo com a aeronave e outras coisas mais. Na volta ela diz para a filha: "Sabe o avião de ontem que a gente ia embarcar ? Vai ficar com os outros (do outro vôo) ! Nós vamos em um "NOVINHO" ! ". Na hora eu comecei a rir, mas fiquei queito. Deixa ela pensar assim mesmo que é melhor. Se ele soubesse quanto tempo tem esses 767-300, queria ver se ela os acharia "novinhos".
É claro que o vôo atrasou. As 19:45hs ainda estávamos no meio do processo de embarque.
AA 974
GIG-JFK (20 Abril 2012 cancelado) (21 Abril 2012)
767-300 (Wingletado)
ETD 21:00 (cancelado)
ETD 19:30
ATD 20:00 (Take off 20:30)
ETA 06:25 (cancelado)
ETA 04:55
ATA 05:45 (parking 06:00)
Enfim chegou a hora de escrever sobre o vôo. Ao entrar no avião me senti de volta aos anos 80's. Impressionante como essa companhia não alterou nada em seus aviões. Tudo a mesma coisa desde a última vez que fiz essa mesma viagem (Janeiro/2001). Mesmo com um avião velho, sem PTV e poltronas que não reclinavam quase nada, o vôo estava abarrotado de gente. Não havia 1 assento vago naquela noite. Já atrasados o comandante deu as boas-vindas e agiu como tudo estivesse normal. Ninguém falou nada sobre cancelamento, nem um pedido de desculpas, explicação sobre o ocorrido, etc. Parece que não havia acontecido nada na noite anterior. Taxiamos até a RWY33 para decolarmos. E (finalmente) levantamos vôo:
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DECOLAGEM
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Alguns aplaudiram o fato de que desta vez a gente iria viajar.
Estranhei o fato de que na American as luzes da cabine não foram desligadas na decolagem. Em todas outras cias.aéreas em que vôo, as luzes são apagadas.
(Ficou aberto durante a decolagem e o vôo)
Tentei experimentar o sistema de entretenimento da AA que consiste em um par de fone de ouvidos e suas estações de rádio. Ah, sim: há aqueles monitores no teto da cabine com imagem pior do que tv com palha de aço na antenas passando algumas coisas. Para ler, American Way (inacreditavelmente fina) e a revista Nexus. Eu digo que "tentei" experimentar o sistema deles de entretenimento porque realmente não consegui. A poltrona é antiga e o seletor de canais idem. Além de arcaico o você tinha que ficar rosqueando um pequeno disco que era duro demais para mudar de canais. A seleção de músicas não ajudava muito e aí resolvi lançar mão do meu netbook para ver alguns filmes. Não sei o que aconteceu, mas eu não estava conseguindo ouvir o audio do meu aparelho. Não bastava todos esses problemas, ainda havia mais esse. Deixei pra lá e fiquei lendo as revistas. O jantar começou a ser servido um pouco antes das 21hs. As opções eram carne ou frango. Eu fiquei com a carne (ensopada).
O vôo ia transcorrendo normalmente e sem ter mais o que fazer, fiquei tendo ver se em meio a escuridão conseguiria ver as luzes das cidades lá embaixo. Deu para ver mais ou menos Brasília (eu acho), mas foi bem rápido. Tentei dormir, mas isso nunca dá certo para mim. Só tirei uns cochilos e logo em seguida acordava. Dormir em avião é algo que raríssimas vezes consegui.
Com o céu começando a clarear foi iniaciado o serviço de café da manhã. Pão com uma fatia de queijo, frutas e uma caixinha de suco. Para acompanhar, café, leite, chá, água ou outros sucos.
E vamos descendo
Abro um parênteses aqui: em 2001 quando fiz esse mesmo vôo com a AA a aeronave estacionou no gate às 05:50 da manhã. Assim que paramos o comissário falou pelo sistema de som que a imigração no JFK somente abre as 6 da manhã e devido a isso teríamos que aguardar uns 10 minutos dentro da aeronave até que a nossa saída fosse autorizada. Bem, por que escrevo isso ? Este vôo 974 de 2012 que estava marcado para sair as 19:30 (e não saiu) iria chegar ao JFK antes das 5 da manhã. Ora, se a imigração abre somente às 6 horas nós teríamos que ficar plantados dentro do avião por 1 hora ??? Acho que por causa disso mesmo, o passageiro que estava ao meu lado perguntou a um comissário sobre isso. O mesmo respondeu que como nosso vôo foi cancelado no dia anterior e nós saímos em um horário diferente do habitual deste vôo, a gente iria desembarcar no "terminal internacional" que possui imigração 24hs. Só para adiantar: NÃO TEVE NADA DISSO.
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POUSO
http://www.youtube.com/watch?v=gmopN3gD0R0" onclick="window.open(this.href);return false;
Pousamos às 05:45 da manhã e não 05:55 como o comissário disse. O taxi foi bem longo até o Terminal 8 da American. Praticamente demos uma volta inteira pelo aeroporto.
Lembram que eu escrevi acima a respeito da conversa do comissário com o passageiro ao meu lado sobre o desembarque no "terminal internacional" e que no final das contas não teve nada disso ?? Pois bem, como eu disse não teve mesmo. O comissário falou pelo sistema de som que a imigração no Terminal 8 abria as 6 da manhã e por causa disso teríamos que aguardar dentro da aeronave até a nossa saída ser autorizada. Devido ao longo taxi, a espera não foi tanta. Em pouco mais de 6 minutos o pessoal começava a sair do avião.
Pitch da Main Cabin
Saindo do avião tivemos que caminhar um bom pedaço até a chegar à área de imigração. Nesses 3 últimos anos (exceto ano passado que vim por trem), eu sempre cheguei à Nova Iorque via Newark e gostei bastante da experiência. O aeroporto de lá é mais tranquilo (e vazio), a imigração é muito rápida e o AirTrain te deixa em Manhattan em meia hora. Agora, após 11 anos, eu iria fazer a imigração no JFK. Quando fiz em 2001 não me recordo de muita demora ou coisa do tipo. No entanto, lendo o relato de quem viajou por lá nesses últimos anos, percebi como a situação é complicada por lá. E foi exatamente isso que eu experimentei.
Ao descermos a escada rolante e finalmente entrarmos na área de imigração, uma fila imensa já estava formada. Para saber onde era o final da fila, já que não havia NENHUM funcionário da American ou do aeroporto para nos orientar, eu e os demais passageiros fomos andando pra frente. Quando vimos que aquela era a única entrada, tivemos que voltar por toda ela e entrarmos no final. Nisso, muita gente já havia passado a nossa frente. Resumindo um pouco essa parte: levei 1h40min na fila até chegar ao guichê do oficial de imigração !! Só haviam duas funcionárias da AA por ali e ambas ficavam perguntando sobre os passageiros em conexão. A fila demorava demais para andar. Somente após 1h15min de anda-pára bem lento, é que as coisas começaram a se agilizar. Os guichês destinados aos cidadãos americanos e residentes passaram a atender os estrangeiros. Isso depois que todos os americanos e residentes nos EUA foram atendidos. Convém salientar que na fila não estavam apenas passageiros do AA974. Passageiros de outros vôos se juntaram ali formando um bolo muito maior de gente. Definitivamente, mesmo gostando muito do Aeroporto John F. Kennedy, eu vou querer fazer imigração em outras cidades dos EUA e de lá seguir para Nova Iorque. Preferencialmente Newark por causa da distância.
Pela primeira vez em mais de 25 anos não perguntaram absolutamente NADA para mim. Apenas mostrei o meu passaporte, o oficial checou o visto e folheou as páginas vendo os carimbos anteriores e depois pediu que eu colocasse os dedos no visor para pegar as digitais. Após isso tirei a foto e fui liberado. Rápido e eficaz. Pena que para isso tive que perder quase 2 horas ali ainda mais vindo de um vôo que havia sido cancelado.
Por causa dos altos preços dos hotéis em Manhattan eu tenho procurado outros locais para me hospedar que tenham fácil acesso a ilha. Já me hospedei em Newark (New Jersey) em 2010 e em Long Island City (região do Queens) no ano passado. Em ambos os locais os hotéis custam a metade do que é cobrada em Manhattan com a vantagem de terem quartos espaçosos e outras vantagens como internet gratuita, café da manhã, etc. A vantagem de se ficar hospedado em Long Island City é que o deslocamento até Manhattan custa bem menos do que o cobrado em Newark. O Metrocard (passe de metrô e ônibus de Nova Iorque) funciona em Long Island City. Ou seja, comprando um ilimitado de 7 dias (que é menor atualmente) você pode utilizar o transporte em ambos os locais sem problemas a hora que quiser. Já em Newark, como é outro estado, o Metrocard não é válido. Assim, você tem que comprar a passagem toda a vez que for pegar o trem entre Newark e Nova Iorque. Tanto na ida quanto na volta. Esse gasto acaba minando o custo menor das diárias de hotel em Newark. Dependendo do número de dias que você fique e de quantas vezes você saia e retorne ao hotel, o custo do transporte acaba sendo maior até do que uma diária. Isso sem contar com o tempo perdido, além do trabalho que dá em fazer esse deslocamento. Em razão disso acabei me hospedando no Quality Inn em Long Island City. Ano passado eu me hospedei no Verve Hotel que fica na mesma rua do Quality Inn, mas que possui uma qualidade superior nas acomodações e nos serviços oferecidos. Este ano o Verve estava com uma tarifa um pouco alta demais para o meu gosto e acabei optando em ficar no Quality Inn. Mesmo assim, o preço não estava tão barato quanto antes. Ainda mais o hotel sendo de qualidade inferior.
A minha idéia inicial era ir do JFK até o hotel de trem e metrô. Gastaria bem menos do que de taxi ou town car e ainda experimentaria o Airtrain deste aeroporto. No entanto, o cancelamento do vôo e a demora de 2 horas pra sair da imigração e alfândega (além de ter que catar a mala que estava misturada as demais) fizeram que eu tivesse que mudar de planos e gastasse bem mais. O LipeGIG havia me sugerido em utilizar os serviços da Olympia Car Service para ir do aeroporto até o hotel e volta. No sábado liguei para eles, mas devido ao atendimento grosseiro do atendente desisti na hora. Atendimento de quinta categoria via telefone, por sinal. Só usei o serviço desta empresa na hora de ir do hotel ao aeroporto e mesmo assm só por causa do preço que eles cobram que é um pouco menor do que o do taxi e da qualidade do carro que eles possuem. Como shuttle até lá era meio complicado e pelo visto, mais caro do que para Manhattan, tive que pegar o taxi amarelo mesmo.
Eu sabia onde o hotel ficava por ter me hospedado na região no ano passado. Infelizmente, a anta do taxista não sabia (ou fingiu não saber). Ficou dando voltas perdido e perguntando a outros qual era o caminho para chegar até lá. Até em posto de gasolina o sujeito parou. O detalhe era que o taxímetro estava RODANDO. Eu não aguentei e abri o verbo. Já estava irritado do vôo ter sido cancelado e perdido 2 horas no aeroporto. Agora só me faltava o motorista querer me enrolar. Falei logo que o hotel ficava na direção do Holiday Inn (foto acima) e pedi a ele que me deixasse ali mesmo que de lá sabia chegar ao hotel. A distância entre ambos era de poucos metros. Ele perguntou se eu tinha certeza e eu respondi que sim. Fomos então na direção que EU indiquei e ao parar o carro no sinal, encontrei o hotel. No caso, eu que encontrei, pois se fosse depender do taxista, até hoje ele estaria atrás do hotel. Para completar, o motorista quis dar uma de migué e cobrar o valor "total" da corrida. Por causa do perdido dele o valor no taxímetro ficou em US$41 ! Eu falei que ele devia me dar um desconto por causa da barbeiragem dele e no final acabou me dando US$5 de desconto. Paguei US$36 que é mais o menos quanto custa o táxi do JFK até o Queens. Devido a todos esses atrasos só conseguei chegar ao hotel às 08:30 da manhã
No check-in expliquei a minha situação (vôo cancelado, reserva para 2 noites) e o atendente logo estava a par da situação. No entanto, aquilo de cancelar a reserva e efetuar outra de 1 noite apenas não pôde ser feito. Eu fui debitado no cartão de crédito o valor total da reserva (2 diárias). Enviei um email para a American Airlines perguntando se eles podem minimizar o meu prejuízo e estou no aguardo da resposta deles. Já que a minha reserva estava válida desde a noite anterior, pude tomar o café da manhã do hotel (bem fraco diga-se de passagem) e logo subi para o quarto. Deixei as minhas coisas por lá e ainda tive que lidar com o problema do cofre que não queria fechar. Mais tempo perdido aguardando o pessoal do hotel resolver este problema.
Como a minha programação em Nova Iorque havia ido para o espaço, eu tive que priorizar algumas coisas a serem feitas por lá. As visitas a museus e outros locais tiveram que ser deixadas para uma próxima viagem e parti logo para as compras e depois para o almoço. O hotel fica a 2 minutos de caminhada de uma estação de metrô (39th Ave Station) e de lá para Manhattan não leva mais do que 7 minutos (Lexington Avenue 59th st). Para ir a Times Square a viagem não leva mais do que 14 min. Pelo custo e benefício, ficar hospedado em Long Island City vale a pena. No entanto, colocando os gastos na ponta do lápis, percebi que a diferença final entre ficar em Manhattan e lá era menor do que eu pensava.
Na semana anterior em Nova Iorque houve um onda de calor. A temperatura chegou até a 30°C ! Todo mundo falava em verão antecipado na primavera. Verificando a previsão do tempo pela internet, vi que durante a minha estadia por lá a temperatura iria cair. Quando cheguei à Manhattan, os termômetros marcavam 18°C. Para mim até que estava tranquilo (aqui no RJ estava fazendo 23°C), mas o problema é que começou a chover e ventar e a temperatura foi caindo vertiginosamente.
Minha primeira parada foi na B&H Photo (420 9th Ave. at 34th St.) que é o paraíso dos eletrônicos na cidade. Sempre ouvi falar desta loja, mas nunca havia ido lá. Os preços são ótimos e a variedade e quantidade produtos a venda é sem comparação. Outra coisa importante de se salientar é o atendimento dos vendedores que se preocupam em te explicar como funciona o produto e sanar as suas dúvidas. Não tem nem comparação com outras grandes lojas do ramo.
Depois das compras era hora de almoçar. Como postei em outro tópico, fui ao Olive Garden em Times Square e gostei bastante da experiência. No jantar fui em outro lugar que merece um review a ser publicado aqui no FDV.
Por agora é isso. Depois posto sobre o vôo de volta.
