Desvendando os conhecimentos maias espalhados por Chichén Itzá

Troca de informações sobre Cancún.
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falandodeviagem Mensagens: 19830 Administrador
Sex Dez 18, 2015 8:09 am
Desvendando os conhecimentos maias espalhados por Chichén Itzá

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Se você está na região de Yucatán/Quintana Roo, no México, saiba que tem o dever de largar um pouco o sol e o mar verde para explorar o fabuloso mundo dos maias, uma das civilizações pré-colombianas mais impressionantes e avançadas que se tem notícia. Dentre os tantos lugares na região, tais como Tulum, Cobá e Uxmal, há um em especial que merece atenção especial e uma visita mais longa: Chichén Itzá, um dos sítios arqueológicos mais famosos do mundo e reconhecido pela UNESCO como patrimônio mundial.

Este texto, mais do que auxilia-lo a chegar no sítio arqueológico, apresenta um relato do universo dos maias e dos segredos que residem em Chichén Itzá e que fazem da visita parada obrigatória.

Este grande centro da civilização maia está localizado no coração da região de Yucatán e há duas formas de conhecê-lo: pegar uma excursão (day tour) de Cancún (em geral combinada com uma visita ao Cenote Ik-Kil) ou ir de carro de Cancún/Playa del Carmen/Tulum (a viagem tem cerca de 200 quilômetros - 2 horas de viagem).

Como sabemos, excursões possuem uma programação fechada e como a distância de Cancún não é tão curta, o tempo gasto dentro do sítio arqueológico acaba prejudicado. Para aqueles que apreciam história e arquitetura antiga (e mesmo para os que gostam de umas comprinhas de artesanato), Chichén Itzá pode ser um bom entretenimento por horas. Assim, sugerimos passar uma noite pelo menos em Pisté, que é a cidade mais próxima do sítio. É praticamente uma vila de tão pequena, mas possui bons hotéis e permitirá tanto descansar depois das horas de estrada como aproveitar no seu próprio ritmo Chichén Itzá, os cenotes e as cidades próximas (a exemplo de Valladolid).

Como falamos, o dia no sítio arqueológico pode ser longo para os mais curiosos. Então, se você quiser fugir das excursões (que costumam chegar por volta de 11:00) e do sol quentíssimo (há poucas sombras por lá), programe-se para chegar logo cedo (o sítio funciona todos os dias de 8:00 até 17:00). A entrada custa 220 MX (cerca de 50 reais), mas considere pagar também um guia para um passeio mais completo (no geral são oferecidos tours em inglês ou espanhol, mas há até mesmo em português), que custa em média 600 MX (cerca de 135 reais - esse valor pode ser dividido, pois os guias levam grupos de até 6 pessoas para o tour de cerca de 1 hora).

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Entrando no sítio, o guia começará a introdução da história do lugar e dirá que esse importante centro da civilização maia (ao contrário de povos como os astecas que construíram impérios com uma administração centralizada, os maias criaram Cidades-Estados que possuíam independência política e econômica e que ora tinham maior ou menor destaque, a exemplo da própria Chichén Itzá e de outras como Tulum, Uxmal, Cobá e Tikal) foi fundado por volta do século V a.C. Contudo, as construções principais - a exemplo do Templo de Kukulkan - só surgiram no século X d.C., no período em que Chichén Itzá teve seu auge.

A imponência do lugar aos nossos olhos se torna ainda maior ao saber que não havia animais de carga à época para ajudar na construção, de forma que tanto a nivelação do terreno quanto os prédios são obra do esforço humano. Aliás, um dia em Chichén Itzá permitirá entender a importância do povo maia, talvez uma das civilizações antigas mais avançadas da humanidade com amplos conhecimentos nas áreas de astronomia, matemática, acústica e arquitetura.

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A tradução livre de Chichén Itzá corresponde a Boca do poço dos feiticeiros d’água. Os maias tinham uma relação especial com a água, pois acreditavam que ela era o elo entre o mundo dos vivos e dos mortos.

Ao entrar no sítio, vá direto para a praça central onde fica a Pirâmide de Kukulkan, o símbolo maior do sítio arqueológico e que reserva grandes surpresas arquitetônicas. Kukulkan (equivalente ao Deus Quetzacoatl, a serpente emplumada dos astecas), era o Deus Serpente, de grande importância para aquele povo. O templo é uma homenagem direta a ele e, mais do que isso, representa o próprio, que sai para passear por Chichén Itzá duas vezes ao ano. Como? Vamos explicar. Nos equinócios de primavera e outono, a posição do sol coincide com o grau dos degraus de uma das laterais do Templo, iluminando-as de cima a baixo definindo a silhueta das serpentes cujas cabeças estão ao pé do templo. Basicamente é possível ver ao longo das horas dos dois equinócios anuais os degraus se iluminando um a um até formar o corpo de uma serpente (justamente a representação do Deus Kukulkan) que parece estar se movendo. Na época, os equinócios indicavam os dias de início da colheita ou retirada da safra.

A precisão arquitetônica e o conhecimento astronômico é assustador! Para ter uma ideia melhor do que acontece, clique aqui e veja um vídeo.

E se você acha que acabou, está redondamente errado. O templo é ainda um calendário e um marcador solar! São 91 degraus em cada um dos quatro lados que, somados ao último degrau maior no topo, fica um total de 365 (justamente o número de dias do ano!). Além disso, cada lado da base do templo está alinhado com um dos pontos cardeais. Ainda, são 9 batentes em 2 lados do templo que se somam ao batente maior no topo, alcançando o total de 19 (número de meses dos maias).

Aliás, o calendário maia merece um destaque pela precisão inigualável (lembrando que o calendário gregoriano, atualmente utilizado no mundo ocidental, foi elaborado em 1583). O erro dos maias foi de apenas 14 segundos! Para eles, o ano possui 19 meses, sendo 18 de 20 dias e um menor de 5 dias (equivalente aos dias de 8 a 12 de agosto), esse último considerado um período de infortúnio, razão pela qual os bebês nascidos nesses dias eram sacrificados em respeito aos deuses e no anseio por chuvas. Ainda, acreditavam que o mundo possuía ciclos de 52 anos, de forma que a cada encerramento os deuses analisariam se os homens deveriam permanecer na Terra (esses dias ‘fora do calendário’ a cada 52 anos nada mais são que o nosso ano bissexto).

Pronto, agora não é mais possível se surpreender com o templo, certo? Errado! Algo incrível, mas que infelizmente não podemos ver, é que existe um templo menor dentro do templo de Kukulkán, onde inclusive foi achada uma estátua de Chac Mool, uma figura humana cujo significado ainda permanece desconhecido dos historiadores. Alguns arqueólogos acreditam que dentro do templo escondido existam ainda outros templos menores (tal como as bonecas russas), contudo a instabilidade das construções não permite, com a tecnologia atual, cavar para confirmar a suspeita.

Pronto, agora podemos mudar de construção e admirar o restante do sítio arqueológico? Errado! Você ouvirá muitos guias turísticos batendo palmas próximo ao templo. E isso tem uma razão de ser: com a triangulação adequada, é possível ouvir o som das palmas se transformarem em algo mais: o som do pássaro Quetzal!

Agora, depois de desvendar todos os segredos do templo, é hora de conhecer o campo do jogo de bola, que possui nada menos que 140 metros por 35 metros. As paredes laterais, onde ficam os aros em que se faz "gol", tinham cerca de 6 metros. O campo é tão imenso frente a outros encontrados na América Central que alguns historiadores chegam a duvidar se realmente foram disputados jogos no campo. Mais uma vez os conhecimentos arquitetônicos e acústicos dos maias são ressaltados. Ao bater palma no centro do campo, é possível ouvir diversos ecos – mais precisamente 14 (eram 7 jogadores de cada lado).

Ainda, do "camarote" no fundo do campo é possível conversar com os "camarotes" laterais sem necessidade de gritar, sendo que os jogadores e demais pessoas no chão não conseguem ouvir a conversa. É possível ainda ver traços dos desenhos dos jogadores nos murais ao redor do campo, embora o tempo já tenha desgastado bastante as figuras.
Ainda caminhando pelo sítio arqueológico, você irá se deparar com outras construções bastante interessantes, como o Templo dos Guerreiros (há indícios de que eram realizados sacrifícios humanos por lá), o Observatório (torre em formato de caracol aonde os sábios - cientistas - passavam a maior parte do tempo se dedicando ao estudo dos astros e à matemática) e mesmo o Cenote Sagrado, um lago profundo e de importância ímpar para os maias como já dito anteriormente (evidentemente nesse cenote não é permitido nadar).

Depois de toda essa autêntica peregrinação pelo mundo dos maias, é hora de uma pausa para comer algo (só há um restaurante depois da catraca de saída, então indicamos levar um lanche) e por fim fazer compras! Isso mesmo, dentro do sítio arqueológico há varias barraquinhas com os mais variados souvenires, de camisetas estampadas a imãs de geladeiras, réplicas da Pirâmide de Kukulkan e bijuterias - só não se esqueça de pechinchar e levar dinheiro vivo (de preferência peso mexicano para não perder com a conversão).

Feito o tour pelo sítio arqueológico e realizadas as compras, é hora de se despedir de Chichén Itzá e aproveitar o resto do dia em um cenote próximo ou na simpática Valladolid.

A Secretaria de Turismo promove ainda um show noturno de luzes que narra brevemente a história e as crenças dos maias e alguns dos mistérios de Chichén Itzá. Apesar de gastarmos um tempo às vezes maior na fila que no espetáculo em si (cerca de meia hora), vale a pena por ver a Pirâmide de Kukulkan iluminada e a narrativa é de fácil compreensão. Como bônus, o show não é cobrado, mas se atente para reservar os ingressos antes da data (em geral, é possível solicitar ao hotel onde se hospedará).

Veja uma pequena mostra:

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Recomendamos muito!

Texto e fotos: Renata Hollanda.

O Falando de Viagem viajou ao México com apoio do Conselho de Promoção Turística do México.

E você, conhece Chichén Itzá? Gostou? Recomenda? Conte para nós a sua experiência!

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Ajudante Mensagens: 18088
Sex Dez 18, 2015 8:09 am
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Chichén Itzá: http://app.falandodeviagem.com.br/atracoes/mexico/zona-arqueologica-de-chichen-itza

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Patricia Mensagens: 2384
Sex Dez 18, 2015 9:51 am
Muito bom Renata! Adorei tudo que escreveu!

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baran Mensagens: 10215
Sex Dez 18, 2015 10:40 am
Ainda mais impressionante se levarmos em conta que os maias não domesticaram bestas de carga nem usavam a roda. Foi tudo feito "no braço". :shock:

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JulianaMagalhaes Mensagens: 6026
Sex Dez 18, 2015 1:11 pm
Demais essa mistura de belezas naturais e cultura!





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