Dólar em alta

[baran]

Estamos em ano de eleição presidencial. Vão segurar ao máximo qualquer medida impopular até passarem as eleições.

[Fabio]

Vamos ver se têm fôlego para isso. Sem esquecer que após um ano de maquiagem fiscal as contas públicas estarão mais deterioradas que nunca.

[ironfire]

Fica tranquilo Fabio que ano que vem tem mudança na tabela do imposto de renda

[eduardocf]

Que dificuldade para entender mercado de cambio, politica monetária e economia em geral.

No final do ano passado e inicio deste ano, com o aumento continuo do dólar e as intervenções do FED reduzindo o estimulo e deixando de injetar bilhões em seu programa de compras de ativos, a maioria dos especialistas dizia que o dólar poderia chegar a R$2,70 e, talvez, estacionar na casa dos R$2,50 ate o final de 2014. Vai entender, ne? Será apenas uma queda temporária e depois volta a subir ou podemos sonhar com uns R$2,10, por exemplo?

Vamos ver o que acontece. Eu não esperava esta queda agora.

[Fabio]

Acontece que a recuperação americana não tem se dado do ritmo esperado. Além disso o FED anunciou que a retirada dos estímulos se dará em doses homeopáticas. E para coroar, o BC vai torrar mais uns US$100bi até o final do ano a fim de segurar a inflação a qualquer custo e não atrapalhar os planos de reeleição da Dilma. Nem que isso se dê às custas de uma deterioração ainda maior das contas públicas.

Nos últimos dias houve uma entrada maciça de dólares porque parece que, de repente, os deuses do bom humor deram ao mercado a visão de que as bolsas dos países emergentes ficaram baratas demais. Além disso, os juros aqui não param de subir enquanto nos Estados Unidos e Europa têm se mantido estáveis.

[ralacerda]

Comprei ontem aproveitando essa queda. O negócio é ir comprando aos poucos, mesmo não tendo viagens programadas.

[mrhizzo]

Longe de ver a política econômica atual como algo elogiável ou bom, mas dizer que as contas públicas estão piores do que nunca, é querer vendar os olhos.

A nossa dívida pública continua baixa comparada aos vários países desenvolvidos como Japão, Estados Unidos, Itália, Espanha... Aproximadamente 39%.

E eu converteria a frase "nervosismo do mercado" para "jogo do mercado". Quando é interessante, sobe, quando é interessante, desce.
Quem acompanha o mundo há alguns anos sabe que isso sempre foi e sempre será assim.

Com as taxas de juros que oferecemos, e um risco bastante baixo de calote, apesar de sermos instáveis politicamente, é difícil que um investidor tire seu dinheiro daqui para sempre.

E para se fazer notar que todos os políticos são iguais, o governo federal faz maquiagem contábil, o estadual (em SP), conta Mecânico e Telefonista como policial, joga com a sorte esperando que o inverno seja forte e que chova antes do fim do ano para aumentar o nível de Cantareira.
O normal no país é não se planejar. E se estiver perto da reeleição, deixar as medidas "impopulares", para o próximo ano.

Pra mim nunca tivemos um governo de fato, preocupado com os problemas atuais e em planejar o futuro. E pelo visto vai demorar para termos.

[Fabio]

Você não pode comparar o grau de endividamento de uma economia madura, como o Japão que deve 150% do PIB com o de uma economia emergente como Brasil.

Existem fatores a serem levados em consideração como credibilidade e capacidade de rolagem, que no caso dos emergentes é muito menor.

[mrhizzo]

Na verdade eu posso, e fiz.

A dívida total do Japão é de cerca de 242% do PIB (fonte revista Exame).

Quem afiança esse endividamento é o próprio japonês, comprando títulos do governo. Em algum momento isso se tornará insustentável.

E os Estados Unidos, agora com a crise ucraniana, começam a perder o brilho com seus petrodólares.
A Rússia já firmou vários acordos de venda em Yuan, Rublos e Euros.
Não é o fim do império americano, mas a fabricação de moeda ilimitada está no fim.

[Fabio]

Poder, você pode até comparar Corolla com Rolls Royce. Mas não faz o menor sentido.

Sim, em economia tudo é cíclico. Em algum momento haverá uma inflexão na capacidade de rolagem dos desenvolvidos, até porque suas economias não têm uma elasticidade de crescimento muito grande. Como também em algum momento o império americano ruirá, como todo império ruiu ao longo da história. Mas não será amanhã e nem no ano que vem.

Mas quando me refiro a deterioração de contas publicas brasileiras falo do curto prazo, de fatos que podem afetar meu cotidiano. O governo japonês consegue rolar sua dívida monumental porque tem credibilidade. Países emergentes como o Brasil não possuem tal credibilidade junto ao mercado e por isso mesmo não podem emitir título da dívida pública na mesma proporção.