Quando fiz uma press trip pelo Falando de Viagem para Nevada em agosto de 2015 sabia que iria passar por cidades pequenas e repletas de histórias sobre cowboys e o velho oeste. Cheguei a conhecer algumas típicas cidades fantasmas, daquelas que vemos nos desenhos do Pica Pau. Mas mesmo essas, só possuem esse título por estarem abandonadas. Além do mais, eu as visitei durante o dia ou quando muito, ao pôr do sol. Nessas horas até os mais crédulos sentem pouco receio.
Mas quando cheguei à pequena Tonopah, com apenas seus 3 mil habitantes, fiquei sabendo que iria passar a noite em um hotel com fama de mal assombrado. O Mizpah Hotel, construído em 1907, já foi, no tempo de sua conclusão, o prédio mais alto de Nevada. E olha que ele só possui 7 andares.
Na época da Corrida do Ouro ele era um ambiente de luxo e glamour, onde aqueles que faziam fortuna fácil se divertiam ao som de boa música, muita bebida e belas mulheres. Até personagens famosos como Wyatt Earp, o eterno Sherife, eram frequentadores habituais.
Foi ali que Howard Hughes teria se casado com Jean Peters também. Tudo isso pode ser ou não ser lenda dependendo a quem você pergunte isso em Tonopah.
Mas o hotel ficou mesmo famoso por um assassinato. Segundo os locais, ali na primeira metade do século XX, uma ex-prostituta conhecida apenas como "The Lady in Red" teria sido espancada e morta por seu namorado ciumento no quinto andar do edifício.
Desde então, segundo dizem, seu espírito vagaria pelas dependências do hotel, arrastando correntes, gemendo e assustando os hóspedes.
Tudo isso me foi contado no momento do check-in. Então, veio a pergunta: "O senhor gostaria de dormir no quarto onde ocorreu o caso? Ele está disponível, caso deseje"
Imediatamente o Indiana Jones que habita em mim se manifestou: "Por quê não?" Aceitei o quarto e a experiência.
O famoso quarto:
Eu sempre disse que devemos temer os vivos e não os mortos. Naquela noite não foi diferente. Passei uma noite incrivelmente tranquila e até mesmo esperava, senão mesmo torcia, para que que algo acontecesse. Mas não aconteceu.
Pela manhã, ao abir a porta, me deparo com um casal de idosos que me olha como se o fantasma fosse eu. "Você teve coragem de dormir nesse quarto? Como foi?"
Acho graça e digo que foi absolutamente normal.
Quando vou fazer o check-out é que sou informado que poucas pessoas ao serem informadas da fama do quarto aceitam passar a noite ali. Pelo jeito eles me acharam algum tipo de maluco excêntrico.
O fato é que o hotel, que tem o título de Historic Hotel of America, está belamente preservado, oferece conforto e preserva sua história. Só isso para mim já valeu a estadia.
E você, já se hospedou em um hotel mal assombrado? Aceitaria dormir no quarto do fantasma? Conte para nós suas impressões!
