Quando pensamos em Havaí imediatamente pensamos em surfe. E não podia ser diferente. O surfe é o esporte havaiano por excelência. Ele é praticado nas ilhas muito antes do homem branco por lá chegar. Então, por mais que eu nunca tenho sido surfista, não poderia deixar de conhecer seu berço em minha visita a Oahu.
É na ilha de Oahu que ficam aquelas praias que sempre ouvimos o nome quando o assunto é surfe: Sunset Beach, Pipeline, Waimea, Haleiwa, entre outras. Reservei uma bela manhã de sol para conhecê-las.
Logo que se sai da área metropolitana de Honolulu já nos deparamos com belíssimas paisagens, mas não são as tais praias ainda. É o verde das montanhas havaianas que domina o caminho pelo centro da ilha. Uma vegetação de um verde muito vivo cobre as altas montanhas de origem vulcânica que marcam a paisagem do Havaí. Resolvi seguir um conselho lido na Internet e dar uma paradinha em Pali Lookout, um mirante que fica situado na beira da Pali Highway, rodovia que cruza a ilha no sentido norte-sul, e apreciar um pouco a paisagem.
Como fica localizado em um plano elevado, é possível ver o mar ao longe. Uma belíssima paisagem que rende muitas fotos.
Retornando ao nosso caminho original, retomo a estrada. Só que como o visual é tão bonito, acabo brigando com meu GPS e me desviando inúmeras vezes, cada vez que via uma bela paisagem, um braço de mar ou uma vegetação diferente. Conhecer o Havaí não é seguir um manual.
De um visual particularmente bonito nesse caminho, não posso deixar de citar Chinamans Hat, uma ilha localizada numa enseada de águas tranquilas, que tem esse nome justamente por ter o formato de um chapéu de chinês.
Pouco depois das 11 horas a fome começa a apertar. Já tão cedo? Sim, não esqueçam são 7 horas de diferença. Meu estômago pensa que já são 6 da tarde. Então aproveitei que estava perto da barraca de camarões do Giovanni e não me fiz de rogado. Pedi logo um belo prato de camarões havaianos. Essas barraquinhas de camarão são tradicionais ali. A do Giovanni é a mais tradicional de todas. Seu movimento é grande o tempo todo, nitidamente maior que o das demais.
Resolvida a questão da fome, retomei o caminho. Agora já bem perto de meu primeiro objetivo: Sunset Beach. Uma linda praia com ondas baixas! Baixas? As ondas no Havaí não são enormes? Para mim não foi surpresa. Eu já havia me informado antes de viajar. As gigantescas ondas, idolatradas pelos surfistas, só dão as caras no inverno havaiano. Não era o caso do mês de maio.
Para mim estava tudo bem. Não pretendia surfar mesmo.
Em seguida me dirigi à praia seguinte. Pipeline tem esse nome porque, segundo os surfistas, as ondas ali quebram formando um tubo perfeito. Os havaianos a chamam por outro nome: Ehukai Beach. Dizem eles que apesar das ondas perfeitas, o risco é grande. O fundo do mar é composto de uma barreira de coral que pode ser mortal em choques mais violentos.
Prossegui um pouco mais na estrada e cheguei a Shark’s Cove, que não é uma praia exatamente e sim uma piscina natural que foi formada por corais e rocha vulcânica. Ali o destaque não é o surfe e sim o nado com snorkel. Nadando-se na superfície e olhando para o fundo raso e cristalino, é possível ver peixes exóticos, esponjas, estrelas do mar, pequenos polvos e lula.
Em seguida, dirigi mais uns 10 minutos e chego a aquela que os havaianos consideram a “Mecca” do surfe: Waimea. Bom, pelo menos foi o que eles me disseram. Ainda segundo os locais, essa seria a praia de ondas mais perfeitas de todo o Havaí. Se as ondas são mesmo perfeitas para a prática do esporte, eu não sei informar, mas é de uma beleza incrível. Para quem conhece o Rio de Janeiro, a configuração da praia lembra a da Prainha: Uma curta faixa de areia espremida entre dois barrancos que se projetam em direção ao mar.
Pertinho dali, a menos de 5 minutos, outro pit stop obrigatório: Three Tables. Uma pequena praia que é um santuário das tartarugas gigantes verdes havaianas , conhecida lá como honu.
São enormes, chegando a pesar mais de 150 quilos e protegidas por grupos de voluntários que se revezam estendendo um cordão de isolamento ao redor delas. A dedicação é tanta que todas possuem sua “carteira de identidade” onde constam nome, distância já nadada e características pessoais. Todas são monitoradas por chips.
Se Waimea é a “Mecca” , então minha próxima parada, Haleiwa, pode ser considerada a “Medina”.
Haleiwa é mais que uma simples praia. É uma pequena cidade inteira voltada para a prática de surfe e outros esportes marinhos. As lojas de acessórios se sucedem uma atrás da outra por suas ruas. Se eu fosse um surfista, provavelmente sonharia em morar em Haleiwa.
É uma cidade pequena que não leva mais de 10 minutos para se conhecer o básico.
E com isso estava encerrada minha aventura por North Shore. Conheci as praias tão comentadas por meus colegas de adolescência. Só restava agora pegar meu carro e voltar para Honolulu. Precisava descansar, pois o dia seguinte prometia muita coisa !
E você, conhece a Costa Norte de Oahu? Surfou por lá? Gostou? Conte para nós sua experiência!
