Pesquisa revela as expectativas para viagens de avião após a pandemia do coronavírus
- falandodeviagem Mensagens: 19828 Administrador
A grande diferença da pandemia da COVID-19 para a de H1N1, em 2009, é o impacto social no dia a dia de cidadãos de todas as partes do mundo. Em 2009, apesar da doença ser extremamente séria e letal, não houve uma paralisação quase integral como vemos hoje, e um dos principais setores afetados com o coronavírus é o de turismo. O Falando de Viagem sempre ajudou viajantes e agora não seria diferente. Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia, estamos com uma cobertura completa sobre o coronavírus com o enfoque nas viagens, é claro.
Nossa primeira pesquisa foi sobre as viagens de uma maneira geral e você pode conferir o resultado aqui: Pesquisa revela as expectativas dos brasileiros para viagens após a pandemia do coronavírus.
Posteriormente, a segunda pesquisa fez o recorte de viagens de cruzeiros, uma vez que este foi um dos nichos mais afetados dentro do mercado de turismo. Confira: Pesquisa revela as expectativas para viagens de cruzeiro após a pandemia do coronavírus.
A terceira e mais recente focou exclusivamente no mercado de aviação. A primeira pesquisa feita pelo Falando de Viagem apontou que 95.7% dos brasileiros optaram pelo avião como meio de transporte para as últimas três viagens feitas antes da pandemia, e 75% vai viajar de avião assim que for permitido.
A pesquisa sobre o mercado de aviação em âmbito nacional e internacional foi realizada com 820 leitores do Falando de Viagem, entre os dias 9 e 11 de maio de 2020. Todas as perguntas exigiam uma resposta.
Enfatizamos que não nos coube perguntar sob quais fontes e dados os viajantes sustentam suas opiniões. O Falando de Viagem apoia e confia na ciência e no jornalismo de qualidade, mas o objetivo da pesquisa era apenas o de mapear os reflexos práticos da pandemia no mercado de turismo.
Você vai ter medo de viajar de avião agora pelo risco de pegar coronavírus?
- Sim. O coronavírus me deixa com medo: 59,5%.
- Não. As aeronaves são seguras: 40,5%.
Você acha seguro fazer voos usando a máscara de proteção?
- Sim: 61,5%.
- Não: 38,5%.
Você acha que as companhias aéreas deveriam oferecer gratuitamente:
- Máscara de proteção e álcool em gel para todos os passageiros: 48,7%.
- Testes rápidos antes do embarque em todos os passageiros: 44,3%.
- Máscara de proteção para todos os passageiros: 7,1%.
E se os kits higiênicos forem pagos?
- Eu levaria os produtos que tenho em casa: 88,4%.
- Eu não compraria: 8,2%.
- Eu compraria no aeroporto ou no avião: 3,4%.
Você se sentiria confortável caso a companhia aérea queira tirar a sua temperatura no check-in e na hora do embarque?
- Sim. Me sentiria confortável, pois a segurança de todos é o mais importante: 93,3%.
- Não. Me sentiria desconfortável, pois a temperatura pode não estar associada ao coronavírus: 6,7%.
Você vai dar preferência para viajar na Classe Executiva pelo maior isolamento dentro da aeronave?
- Não: 52,8%.
- Talvez: 31,3%.
- Sim: 15,9%.
Como você acha que deve ser o serviço de bordo após a pandemia?
- Deve ser feito apenas em voos longos e com restrições em embalagens individuais descartáveis: 53,9%.
- Igual ao que era antes: 43,9%.
- Não deve ser feito: 2,2%.
No aeroporto, onde você acha mais seguro aguardar o voo?
- Na sala VIP, onde o fluxo de passageiros é menor: 42,9%.
- No saguão, longe de outros passageiros, por ser um local mais aberto e arejado: 30,9%.
- Prefiro chegar em cima da hora para ficar menos tempo no aeroporto: 26,2%.
Você sabe quais mudanças de segurança e higiene as companhias aéreas estão adotando?
- Soube de algumas: 49,6%.
- Não: 38,7%.
- Sim: 11,7%.
O que você acha do bloqueio do assento do meio nas aeronaves?
- Acho que a medida não ajuda muito e tornará as passagens aéreas mais caras: 46,3%.
- Acho uma atitude útil para distanciar os passageiros: 40,6%.
- Acho que o distanciamento continuará pequeno entre os passageiros: 13,1%.
Você acha que as passagens aéreas após a pandemia vão ficar:
- Mais caras: 63,5%.
- Mais baratas: 36,5%.
Análise qualitativa dos dados: o que os números nos mostram?
A análise qualitativa dos dados obtidos tem um quê de subjetividade. Sugerimos percepções e reflexões sobre os resultados mais do que verdades absolutas. Destacamos alguns pontos a se pensar.
Em primeiro lugar, chama a atenção a grande porcentagem de brasileiros que está com medo de viajar de avião, mas a maioria também considera que é seguro voar usando as máscaras de proteção caseiras. Quase metade dos entrevistados considera que a companhia aérea deve oferecer máscaras e álcool em gel, mas a maioria absoluta também diz que se os kits higiênicos forem pagos, prefere levar de casa.
Mesmo não sendo uma medida eficaz se adotada isoladamente, 93,3% permitiriam a checagem da temperatura no check-in e/ou embarque, o que mostra uma preocupação com o coletivo. Vale ressaltar que febre nem sempre é um dos sintomas da Covid-19 e que existem casos assintomáticos.
A Classe Executiva, onde o isolamento é maior - sem falar no conforto - é a preferência de 15,9%. Somando com os 31,3% que responderam talvez, temos 47,2% com interesse na classe premium. Para a maioria, o serviço de bordo deve ser realizado apenas em voos longos e com restrições em embalagens individuais descartáveis, mas 43,9% acham que nada deveria mudar.
Sobre o isolamento no aeroporto, a maioria dá preferência para aguardar o voo na sala VIP. Depois, o saguão é escolhido como melhor lugar. A minoria disse que pretende chegar em cima da hora, para ficar menos tempo no aeroporto, o que pode ser arriscado, causando a perda do voo. Sobre o bloqueio do assento do meio, 46,3% acham que a medida não ajuda muito e vai tornar as passagens aéreas mais caras e 13% acham que o distanciamento vai continuar pequeno entre os passageiros. Vale ressaltar que se não houver estratégias de distanciamento no check-in, na hora de passar pela segurança, no embarque e no desembarque, o isolamento dentro do avião pode não ser eficiente.
Quase 50% dos entrevistados souberam de apenas algumas mudanças de segurança e higiene das companhias aéreas, enquanto 38,7% disseram saber de nenhuma. Uma comunicação assertiva será necessária para que os viajantes tenham segurança. Só 11,7% disseram estar atualizados sobre essas medidas.
Para finalizar, uma preocupação: a maioria acha que as passagens aéreas vão ficar mais caras. Ainda é cedo para afirmar isso e o Falando de Viagem tem encontrado boas promoções, mas o receio é que as empresas aéreas queiram recuperar os prejuízos milionários aumentando as tarifas.
O que pode ser feito no mercado de aviação?
As empresas estão criando estratégias para a retomada e muitas ainda não foram divulgadas. Citamos alguns pontos que pensamos que podem ser adotados:
- Distanciamento em todos os locais dos aeroportos;
- Implementação de túneis de desinfecção nos aeroportos;
- Teste rápido obrigatório para embarque nos voos internacionais;
- Testagem semanal das tripulações ou sempre que houver qualquer um dos sintomas;
- Diminuição no número de passageiros nos voos;
- Remoção dos bufês nas salas VIP;
- Higienização da aeronave antes de cada voo;
- Remoção de jornais e revistas das aeronaves;
- Limpeza dos banheiros a cada utilização.
Quanto mais confiança a empresa conseguir passar, mais seguros os viajantes vão ficar. Uma comunicação eficaz, junto com mudanças internas, vai fazer com que o mercado veja uma retomada no interesse a curto prazo.
O que você achou dos dados? Como os interpreta? Ficou surpreso com algum resultado? Compartilhe sua opinião nos comentários!
- GabrielDias Mensagens: 41746
Muito interessante o resultado da pesquisa. Prevejo um longo caminho pela frente e as aéreas que estão se comunicando com os clientes já largaram na frente. Vejo que MUITAS companhias aéreas não estão se comunicando bem.
- Hugomarcio Mensagens: 3750
Pesquisa completa e com informações importante. Enquanto não tivermos uma vacina ou tratamento eficaz as empresas aéreas terão que adotar protocolos de segurança eficazes para que as pessoas voltem a viajar.
- lavaiamanda Mensagens: 2
Fantástica a pesquisa e a análise! Acredito que as aéreas não têm escapatória: vão seguir à risca essas boas práticas de prevenção (ao menos a maioria). No mais, o consumidor tem também que ser consciente e compreender as mudanças!
- manucaldas Mensagens: 1403
Sem dúvidas vamos ter muitos desafios para a retomada do turismo. Essas pesquisas estão sendo ótimas pra já irmos tateando o que nos espera.
- Fabio Mensagens: 8900
Sinceramente, nao pretendo mudar meus habitos de viagem. Se houver regulamentacao, acatarei. Mas apenas isso.
- Adriana Mensagens: 2231
Achei bem interessante o resultado da pesquisa. Concordo com o Gabriel, aquelas empresas que estão se comunicando com os clientes estarão na frente.
- GabrielDias Mensagens: 41746
Emirates começou a dar gratuitamente kits para os passageiros - que foi uma das perguntas da pesquisa.
Esses kits são compostos por máscaras, luvas, lenços antibacterianos e higienizador para as mãos.
Esses kits são compostos por máscaras, luvas, lenços antibacterianos e higienizador para as mãos.
- JPSAL Mensagens: 778
O meu problema não é tanto o avião, mas o aeroporto, com aquelas bandejas, esteiras, corrimãos, balcões etc. De toda forma, só planejo viajar a passeio daqui uns 4 meses quando as coisas já devem estar mais calmas.
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