As Maldivas são comumente associadas às viagens de lua de mel, o que é totalmente compreensível, já que o arquipélago é um destino de alto luxo e proporciona uma das melhores viagens que você terá em toda a sua vida.
Porém, o Falando de Viagem bate na tecla de que qualquer pessoa perde muito ao colocar destinos em caixinhas muito bem definidas. Tudo é questão de ângulo. Com a programação certa, um lugar visto como ideal para famílias pode ser romântico, assim como as Maldivas podem receber crianças muito bem. É claro que há desafios para quem viaja com pequenos, como diferença de fuso horário, questões médicas e alimentares e longos deslocamentos aéreos, mas tudo valerá a pena.
Recentemente, fui com meu filho de 8 anos para as Maldivas, hospedados no hotel o Sun Aqua Iru Veli, e posso afirmar que a viagem foi um grande sucesso. Para isso, eu adotei algumas estratégias muito acertadas, sobre as quais falarei a seguir.
As Maldivas estão localizadas no Oceano Índico, próxima à Índia, e na melhor das hipóteses você precisará de pelo menos 20 horas de voo para chegar lá, além do tempo gasto com as conexões.
No nosso caso foram 4 voos até Malé, capital das Maldivas: - Voo 1: Belo Horizonte para Guarulhos: 1 hora (diurno); - Voo 2: Guarulhos para Zurique: 11 horas (noturno); - Voo 3: Zurique para Doha: 6 horas (diurno); - Voo 4: Doha para Malé: 5 horas (diurno).
Em todos os voos ficamos atentos ao sono do Davi, meu filho, para que ele pudesse descansar e chegar bem ao destino, já considerando o horário do local para onde estávamos indo. No caso do voo 2, logo após o jantar, já colocamos ele para dormir, e com isso ele chegou bem a Zurique, onde passamos o dia todo passeando pela cidade.
Os voos 3 e 4 foram bem cedo, e para compensar isso ele também dormiu, o que foi essencial para aguentar firme até o final do dia, já se adaptando ao fuso horário. Durante as conexões sempre tínhamos um jogo no celular ou no iPad para ele se distrair, e o acesso às salas VIP antes do embarque garantiu um conforto extra muito importante.
Mas é essencial ficar atento, pois durante o voo 2, para Zurique, acordei no meio da noite e o Davi estava vendo um filme. Nesse momento, coloquei ele para dormir novamente, e só voltei a deitar depois de confirmar que ele estava mesmo descansando.
Este talvez seja um dos maiores desafios a serem enfrentados, pois em Malé tem um fuso de 8 horas do horário de Brasília. Alguns resorts adotam um fuso de 9 horas para que os hóspedes possam aproveitar melhor a luz do dia. No nosso caso, incluímos uma noite em Zurique e uma noite em Doha entre as viagens, o que permitiu uma adaptação progressiva à mudança de horário.
Para o horário de Brasília, em Zurique tivemos uma diferença de 4 horas, em Doha de 6 horas e nas Maldivas de 9 horas. Como passamos uma noite em cada um destes locais, fomos nos adequando aos poucos, e principalmente no caso do Davi isso fez uma grande diferença.
Ao chegarmos às Maldivas tivemos apenas que aguardar para dormir às 22:00, e no dia seguinte acordamos um pouco mais tarde, às 9:30. Com isso, já estávamos descansados e no ritmo do horário local. Caso tivesse sido um voo apenas com conexões rápidas, certamente essa diferença de 9 horas teria incomodado e exigido um período maior para nos acostumarmos com o novo fuso.
Nas Maldivas você fica em um hotel que normalmente ocupa uma ilha inteira, muitas vezes localizada a vários quilômetros do hospital mais próximo. Apesar dos melhores hotéis disponibilizarem médicos de plantão, eles só podem receitar medicamentos básicos, por isso é importante ter um bom seguro de viagem, levar todos os medicamentos necessários na sua mala e manter o contato com um médico brasileiro da sua confiança, com quem você possa esclarecer suas dúvidas.
Antes da viagem, faça uma consulta e veja com o seu médico todos os remédios que devem ser levados, seja os de uso contínuo, ou apenas para situações eventuais, como tosse, gripe, enjoo, febre e etc. Na nossa viagem tivemos que administrar para o Davi apenas medicamentos que ele toma regularmente. Por sorte - e cuidado, claro -, não foi necessário qualquer outro e nem mesmo solicitar atendimento do médico local. É sempre melhor estar prevenido.
A comida nas Maldivas é muito variada, e principalmente nos restaurantes em formato buffet você encontra uma ampla gama de opções. No geral, muitos pratos são da culinária asiática e internacional. Em nenhum momento tivemos qualquer dificuldade alimentar com o Davi, e observamos que em todas as refeições existiam pratos básicos, como frango, arroz, saladas e grelhados, que atendem perfeitamente mesmo quem não aprecia curry, noodles, sopas e etc.
O protetor solar é indispensável nas Maldivas. Quem quer se proteger ainda mais deve usar blusas com proteção UV, já que é comum que você fique o dia todo nadando. Para crianças, as blusas são a melhor ideia. Já os mosquitos são comuns em lugares quentes. No Sun Aqua Iru Veli não tivemos qualquer problema com mosquitos, mas mesmo assim é bom ter um repelente na mala. Esses itens, caso necessário, podem ser adquiridos nas lojas dos resorts, mas os preços são elevados.
Os melhores hotéis nas Maldivas possuem clubes infantis, mas é importante saber que a comunicação entre os recreadores e as crianças é feita em inglês. Apesar da diferença linguística, as atividades são bem diversificadas, e conseguem entreter a todos, como brincadeiras, piscina e etc. Existem também passeios, seja para fazer snorkel em alto mar ou apreciar o pôr do sol, mas o que mais atrai a atenção dos pequenos viajantes são as praias e as piscinas.
As Maldivas são um destino para toda a família, e tanto crianças menores como maiores certamente irão se encantar com o mar azul, as águas cristalinas e os hotéis incríveis. Para que a experiência seja ainda melhor, algumas medidas podem, e devem ser adotadas, de forma que todos cheguem descansados e prontos para usufruir tudo que o local tem a oferecer.
Boa viagem!
E você, já viajou para as Maldivas com crianças? Como foi a adaptação ao fuso horário? E os voos? Conte para nós a sua experiência!
Baran, com crianças tudo em uma viagem muda, não é??
Antes era só embarcar e ir se adaptando no caminho, mas depois que chegam os filhos passamos a pensar em tudo para que a viagem fique o mais tranquila possível para eles.
Depois quero saber como foi sua adaptação para Israel.
Eu acho que o mar calmo (na maioria dos hotéis) e a possibilidade de fazer snorkel e ver tanta diversidade de peixes é uma oportunidade incrível para as crianças.