Machu Picchu é uma das maravilhas do mundo moderno. E antes mesmo de receber esse título, nas aulas de história na escola, era um destino que despertava curiosidade e a vontade de conhecer. No início de 2010 me mudei de Santa Catarina para Porto Velho, Rondônia, por motivos profissionais. Assim, encurtei consideravelmente à distância até o destino! Com outras programações nas férias nos primeiros anos, não tive uma oportunidade para visitar o Peru. Até que no mês de junho de 2012, houve um feriado prolongado de quatro dias.
Fazendo pesquisas por voos, descobri que sairia muito caro e levaria mais de 20 horas para chegar a Cusco, devido às combinações de conexões. Surgiu então a ideia de fazer o trajeto de carro. São aproximadamente 1.500 km. Não seria tão longe, se não fossem os quase 500 km de estradas pouco transitáveis no Brasil, e mais 200 km de cordilheiras, onde a velocidade média praticamente não passa de 50 km/h.
A programação foi a seguinte:
- Sexta-feira, 0h: Saída de Porto Velho;
- Sexta-feira à noite: Chegada em Cusco;
- Sábado até as 12h: City tour em Cusco;
- Sábado, 14h: Deslocamento até Ollantaytambo;
- Domingo: Visita a Machu Picchu;
- Segunda-feira, 04h: Volta a Porto Velho;
- Terça-feira, 7h: estar trabalhando!
Uma verdadeira maratona. Mas felizmente, ocorreu conforme planejado!
De Porto Velho à Cusco
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Distância total: 1.506 km.
Com as malas prontas, saímos em quatro pessoas de Porto Velho. O primeiro trecho até Rio Branco, Acre, levou aproximadamente 6h. Na época, a BR364 estava muito mal conservada, nos obrigando a trafegar em velocidade reduzida.
Ainda em Rondônia, é preciso fazer a travessia do Rio Madeira por meio de balsas. Tendo sorte, a travessia pode ser rápida. Dependendo da fila, pode demorar horas.
Travessia do Rio Madeira na balsa, em Nova Mamoré, Rondônia.
Chegando à Rio Branco, saímos da BR364 e entramos na Estrada do Pacífico, conhecida também como Rodovia Interoceânica. É uma rodovia binacional construída para favorecer o turismo e o comércio, ligando o Brasil ao Oceano Pacifico e o Peru ao Oceano Atlântico. Mas pelo que pudemos observar, parece não ser muito utilizada.
A parte brasileira da rodovia é, em geral, bem conservada. Somente em alguns trechos é preciso atenção com os buracos na pista.
Pela manhã chegamos a Assis Brasil, cidade que faz divisa com Iñapari, Peru. O posto da Polícia Federal funciona das 8h as 20h. Então é preciso se programar para passar na fronteira nesse horário. Caso contrário, não conseguirá oficializar sua saída do Brasil.
Valor da gasolina em Assis Brasil, Acre, em junho de 2012: R$ 3,25.
Após dar a saída na Policia Federal, é preciso seguir aproximadamente 1 km para chegar até a imigração peruana.
Chegando, o primeiro passo é regularizar a entrada do veiculo. É preciso somente a documentação do carro e a CNH do motorista. Um ponto importante: o veículo deve estar no nome do motorista. Após um rápido cadastro, será colado um selo de identificação no para-brisa do automóvel.
Fomos atendidos por um senhor muito simpático. Ele nos alertou que ao longo da estrada seríamos parados diversas vezes por policiais rodoviários, e que poderiam querer cobrar propina. Mas também nos ensinou uma tática! Instruiu-nos a dizer que estávamos com celulares que filmam, e que entregaríamos as filmagens as TVs. Achamos engraçado na hora, mas também com receio do que poderíamos enfrentar. Realmente fomos parados inúmeras vezes, mas não precisamos fazer uso da ‘tática’!
Após a autorização do veículo, é feito a imigração. É possível fazê-la apresentando simplesmente o RG ou, obviamente, o passaporte. Foi bem tranquilo. As perguntas foram: para onde vamos e por quanto tempo.
Aqui também foi o local onde fizemos o câmbio para a moeda local, os novos soles. Instruídos pelos funcionários da imigração, ali seria o local mais em conta para tal. Em Cusco, poderia haver diferença de até 10 centavos na cotação. E realmente assim foi. Não existe nenhuma casa de câmbio, a troca é feita em comércios próximos à imigração. Ficamos um pouco receosos pela possibilidade de notas falsas, mas ocorreu tudo bem.
Seguimos viagem em direção a Puerto Maldonado, onde almoçamos. A rodovia no Peru é muito boa. O único ponto negativo é que praticamente não há acostamento. E é preciso tomar bastante cuidado com animais na pista, passamos por vários.
Pistas conservadas, porém sem acostamento.
Praça de pedágio.
Muitos trechos com animais na pista.
Após 1.200 km já ao anoitecer, chegamos aos pés da Cordilheira dos Andes. Infelizmente já era noite, e não pudemos aproveitar as belas paisagens, o que ficou para o retorno.
Cordilheira dos Andes, Peru.
Cusco
Chegamos à Cusco em torno de 20h, horário local. Havíamos feito uma reserva em uma pousada, a Casa de Mama. Uma pousada bem simples, mas acolhedora.
Pousada Casa de Mama, Cusco, Peru.
Deixamos nossas malas e carro, e fomos de táxi fazer um rápido passeio na Plaza de Armas e jantar. Como já dito em outro tópico aqui pelo Fábio Pastorello, os táxis são bastante baratos no Peru.
Este foi somente o primeiro dia, não perca as próximas matérias.
Continue a leitura: Porto Velho à Machu Picchu de carro em quatro dias – Parte 2
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