Imagine um lugar que foi criado especialmente para ajudar a conservar e proteger animais que estão em perigo ou extinção. Agora imagine um lugar concentrando as maiores feras predadoras da natureza. Esse lugar existe e se chama Hoedspruit Endangered Species Centre (HESC), localizado em Hoedspruit, próximo à Kapama Game Reserve e ao Camp Jabulani, na África do Sul.
O centro é conhecido por ser bastante ativo na defesa de rinocerontes, leões, elefantes, cheetahs e outros animais que sofrem abusos e maus tratos e, se não fosse resgatados, virariam estatística entre animais mortos brutalmente. No centro os animais são tratados e cuidados para posteriormente serem reintegrados às selvas, onde eles pertencem. Cheetahs nascem e são criadas em cativeiro no centro, para depois serem soltas de volta aos seus habitats naturais.
Visitamos as instalações do centro e pudemos ver de pertinho todo o trabalho desenvolvido de forma incrível por funcionários apaixonados pela vida animal, bem como muitos voluntários de toda parte do mundo que para lá vão, através de programas de estudo para a conservação da fauna selvagem.
Nossa visita começou quando partimos do Camp Jabulani, lodge em que estávamos hospedados, e fomos no próprio veículo usado nos safáris, dirigido pela nossa ranger sul-africana, a Angie. Ao chegarmos ao local assistimos a um pequeno vídeo explicativo sobre o centro e todo o seu trabalho de conservação. Enquanto a nossa ranger preparava tudo para a nossa partida para o tour pelo centro, fomos tomar um delicioso chocolate quente servido na lanchonete que existe dentro do local, pois estava bem frio no dia da visita. Uns minutos mais e já estávamos dentro da carro para começarmos o passeio.
Conheça um pouco do local através das fotos abaixo.
O reconhecimento através dos prêmios.
Todo o trajeto durante o tour é ricamente explicado mais uma vez e a nossa ranger soube nos informar com detalhes tudo sobre as funções do centro e sobre os animais que lá vivem.
Vimos cheetahs nascidas e criadas no cativeiro, que serão posteriormente inseridas em seus habitats naturais, porém algumas outras espécies iriam ficar ali por toda a vida por estarem impossibilitadas de retornar, com o perigo de morrer por não conseguirem readaptação. Havia leões que tinham sido resgatados de um circo onde sofriam maus tratos e nunca mais conseguiriam sobreviver na selva novamente. Além dos predadores vimos também outros animais, como avestruz, suricatos e pássaros.
Eram muitas as histórias tristes envolvendo os animais, porém o trabalho desenvolvido no centro é tão intenso e cuidadoso que muitos outros animais serão com certeza reabilitados no futuro.
A parte mais interessante do passeio foi quando pudemos entrar na jaula de uma das cheetahs e pudemos interagir com ela. Uma tratadora ficava na jaula o tempo todo junto com a gente, passando a maior segurança durante a interação. A cheetah era mansinha, mas mesmo assim as devidas precauções foram tomadas, pois estamos falando de um animal selvagem e com instintos.
Veja como foi a interação com a cheetah através das fotos abaixo.
Após a emocionante interação com a cheetah (atividade organizada especialmente para o Falando de Viagem, pois não é aberta ao público), continuamos nosso passeio pelo centro.
Vimos que a reciclagem e a sustentabilidade é um fator levado a sério e uma das coisas que nos chamou bastante a atenção. Há um local onde são levadas as sobras de alimentos que são oferecidos aos felinos, tais como carcaças, restos das carnes de animais oferecidos para as feras, e tudo isso ficava em uma espécie de cercado, onde os abutres podem pousar e se alimentar livremente. Depois de um certo tempo tudo é recolhido e levado para um outro local para ser moído e usado como adubo para as plantações. O cheiro era muito ruim e ficamos pouco tempo observando, pois era difícil de suportar, porém achamos bem interessante a ideia e iniciativa do centro.
Continuamos com a nossa visita ao centro, porém nenhuma outra interação direta com outros animais foi realizada. Passamos a observar tudo pelo carro e os outros animais em seus espaços (bastante amplos) cercados por cercas elétricas para evitarem que escapem.
Nossa ranger até tentou um contato com um grupo de cheetahs, porém foi ferozmente afugentada por uma delas, tornando assim impossibilitada a nossa passagem com o carro nessa área. Tivemos que seguir um outro caminho, pois a segurança de todos está primeiro lugar.
Ao finalizarmos as nossas atividades fomos conhecer a lojinha do centro, onde toda a renda é revertida para os programas de resgate de animais e na manutenção do próprio local. As instalações são impecáveis e os banheiros são bastante limpos, com atenção especial para os visitantes com filhos pequenos, pois havia um banheiro bastante higienizado e com trocador para as mães poderem trocar seus filhos com segurança e limpeza. Adoramos!
Conheça um pouco mais do HESC através das fotos abaixo.
Para conhecer o centro é preciso fazer uma reserva por telefone ou pelo site oficial. Visitantes sem reserva prévia às vezes precisam esperar pelo próximo tour disponível e isso pode atrapalhar um pouco se houver outra atividade para o turista no mesmo dia.
O custo do tour é de R$35,00 para adultos e R$15,00 crianças. O tour é para observar as cheetahs correndo, assim como os cães selvagens sul-africanos e a alimentação dos abutres. Não há interação com as cheetahs nem a possibilidade de descer do carro em nenhum momento.
Os safáris custam R$95,00 para adultos e R$35,00 para crianças. Eles acontecem sempre às 06:00 e às 14:00.
Com relação ao transporte, os visitantes são responsáveis por chegarem no centro por si mesmos, a não ser que estejam hospedados no Camp Jabulani, pois o lodge oferece tudo e pode inclusive realizar o tour privado, sem outras pessoas, no veículo do próprio lodge. Tudo é exclusivo!
Só temos boas recordações do centro e saímos do passeio ao HESC encantados. O trabalho executado é lindo e vemos como tudo é conduzido com carinho, para que os animais sejam bem tratados e salvos. Inclusive eles fazem constantes ações para arrecadarem fundos para pesquisas e cuidados dos animais.
Se estiver hospedado no Camp Jabulani ou em algum outro lodge próximo não deixe de realizar esse passeio. Nós nos sentimos muito seguros durante o contato com a cheetah e ver como os animais do centro são criados e tratados é encantador.
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Boa viagem!
Texto e fotos: Fernanda Chaves.
O Falando de Viagem viajou à África do Sul a convite da South African Airways.
E você, já esteve no HESC? O que mais gostou? Recomenda? Conte para nós a sua experiência!
