O Colosso de Prora: o lugar escolhido por Hitler para ser o destino luxuoso de praia dos nazistas
- falandodeviagem Mensagens: 19851 Administrador
Um complexo hoteleiro à beira mar construído do zero para acomodar até 20 mil soldados, oficiais e cidadãos nazistas. Este foi o projeto que Hitler idealizou na década de 1930 para um resort de férias na ilha de Rügen, no mar Báltico: o Colosso de Prora. Para o arquiteto-chefe do Reich Clemens Klotz, o Führer exigiu que todos os 10 mil quartos tivessem vista para o mar, o que resultou em um complexo de edifícios com 4,5 quilômetros de extensão a 150 metros da praia. Cada quarto contaria com duas camas, um armário e uma pia. Já os banheiros e salões seriam coletivos.
Como em todas as ações da terrível história protagonizada por ele, Hitler aspirava grandeza física e simbólica ao pensar em Prora. Além de ser um refúgio para os nazistas descansarem do peso do fascismo (alerta de ironia), Prora também escondia o objetivo do Führer de controlar o lazer dos nazistas. Além das acomodações, o complexo também contaria com uma arena assinada pelo arquiteto Erich Putlitz, que poderia sediar festivais e exibições de filmes.
'Contaria' e não 'contou' porque Prora representa perfeitamente a megalomania e incompetência do regime nazista. A construção foi interrompida com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939 e nunca foi concluída. Nenhum nazista passou férias em Prora. Ao invés vez disso, os blocos habitacionais foram usados como 'quebra-galho' para diversas funções ao longo dos anos: refúgio da população de Hamburgo em momentos de bombardeio, abrigo para auxiliares femininas da Luftwaffe e base militar do Exército Vermelho.
Dois blocos habitacionais foram demolidos e depois reconstruídos pela Alemanha Oriental, com o objetivo de usar o edifício como base militar. Apenas no século XX, com a queda do Muro de Berlim, a Alemanha desocupou o complexo e listou oficialmente a construção como histórica. Em 2000, foi fundado um Centro de Documentação do local. O reconhecimento de Prora como um patrimônio histórico impede a demolição da estrutura.
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O resort de Prora hoje
Desde 2018, parte as ruínas nazistas de Prora foi reinaugurada como um resort funcional e aberto para o público, o Prora Solitaire Apartments & SPA. A fachada renovada é eficiente em convencer alguns turistas que aquele é um hotel como qualquer outro e não um lugar construído a partir de sangue de inocentes. Prora chama atenção dos turistas desavisados do passado - ou os que simplesmente não se importam - por ser um destino de praia consideravelmente mais barato que os outros entre a alta demanda do verão europeu.
No lugar dos 12,5 metros quadrados originais dos quartos duplos com chuveiros compartilhados destinados aos turistas nazistas, os hóspedes agora encontram suítes de 28 a 120 metros quadrados, com banheiros privativos e cozinhas equipadas. Na área comum, um Spa equipado com sauna e piscina aquecida, que complementa as outras duas piscinas na parte externa. A recepção decorada com plantas e belas imagens do Mar Báltico sugere um ar sereno para um espaço historicamente marcado pela guerra.
Além do hotel, lá você também encontra salões de beleza, lojas e restaurantes. Outras partes do complexo são grandes canteiros de obras que vão se tornar um supermercado, consultórios médicos, uma clínica para idosos, entre outros projetos.
O apagamento do passado
A única referência à origem da Prora é a exposição permanente MACHTUrlaub, elaborada pelo Centro de Documentação desde 2004. Visitas guiadas ao local revelam detalhes horripilantes e emocionantes sobre a arquitetura e a história do complexo. Mas esta parte histórica fica Bloco III, distante de toda a distração de férias que ocupa o Bloco II.
Apesar do reconhecimento como patrimônio histórico, o edifício não tem sido devidamente usado para reforçar a memória de um passado que jamais deve se repetir. O que é particularmente incomum na Alemanha, já que o país tem leis rigorosas (e invejáveis, uma vez que o Brasil vive as consequências pós-ditadura militar de uma Lei da Anistia falha) contra as referências ao nazismo.
O país se destaca por usar as marcas de uma história sangrenta para educar, inclusive através do turismo, as gerações posteriores sobre os horrores do fascismo e da supremacia racial e religiosa. Este padrão reconhecido mundialmente é questionado ao saber que Prora hoje recebe hóspedes para curtir a praia e relaxar no Spa.
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Texto: Manoela Caldas.
Fotos: divulgação.
E você, conhecia a história de Prora? Passaria férias relaxantes no balneário? Conte a sua opinião nos comentários!
- baran Mensagens: 10215
Que estranho/interessante! Nunca tinha ouvido falar desse lugar.
- Fabio Mensagens: 8900
Interessante. Nunca tinha ouvido falar. So um pequeno detalhe: o arquiteto-chefe de Hitler, na verdade, era Albert Speer. Klotz nao tinha tanto prestigio quanto o primeiro.
- Hugomarcio Mensagens: 3750
Também não conhecia e fique impressionado com o lugar.
- Adriana Mensagens: 2231
Já ouvi falar do lugar, O Prora Solitaire é um dos hotéis do local, existem outros mais Budget. Mas nunca tive vontade de conhecer, apesar de Rügen ser um lugar bonito.
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