Ceará: Terra da Luz

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leandromzn Mensagens: 3
Qui Nov 22, 2012 7:18 am
Na primeira vez que fui ao Nordeste, passei 4 dias. Foi em janeiro de 2012, o mês mais quente e menos apaziguador da linda Fortaleza, meu destino. A viagem começou numa quinta-feira, dia em que trabalhei meio período para que pudesse pegar o voo da Tam das 16h55, GRU-FOR. O transporte escolhido para ir até o aeroporto foi o Airport Bus Service que sai do Metrô Tatuapé, onde encontrei meu amigo que viajaria comigo. O translado leva 30 minutos e custa R$4,30, ante R$35 das demais opções. Os ônibus partem a cada 15 minutos, a partir das 05h30. Os carros não são confortáveis, mas é o melhor custo-benefício, na maioria das vezes pode-se ir sentado e é possível transportar muita bagagem, mesmo que com alguma dificuldade. O voo da Tam não teve surpresas, ótimo atendimento, porém a viagem de 3h30, mesmo para mim que viajo grudado na janela, acaba sendo cansativa. A paisagem é monótona e, embora eu tenha tentando quebrar o gelo tomando alguns copos de Heineken geladíssima, a aeromoça não me deixou passar do terceiro. O aeroporto de Fortaleza é pequeno e moderno e já foi indício de uma arquitetura menos formal e mais ousada, o que se estenderia pelas demais edificações da capital cearense.

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Minha primeira impressão sobre o clima foi a mais óbvia: calor, não pegando fogo, mas abafado. Fortaleza têm 2,5 milhões de habitantes, é a quinta maior cidade do Brasil e nos surpreendeu pela fluidez do trânsito, limpeza das ruas e imponência de suas construções. Nossa rota foi do aeroporto até o bairro do Meireles, no Mercure Meireles, que dista 1 quadra da praia. Não pagamos pela hospedagem, ou melhor, usamos pontos. Nossa estadia foi ótima e na recepção as pessoas já se mostravam calorosas e solícitas. O bairro do Meireles fica na área nobre da cidade, é densamente edificado, mas mesmo assim a Avenida da Abolição, entre o hotel e a praia, se mostra hostil, com alguns pedintes, inclusive crianças. Como havíamos chegado à noite, fomos caminhar no calçadão e nossa primeira impressão não foi tão boa, apesar de muitos turistas e preços atrativos, havia muitos vendedores e pedintes tentando empurrar bugigangas. Chamou nossa atenção o anúncio: “1 kg de camarão por R$20”. Estávamos famintos, fomos direto para lá, os camarões estavam frios e nem estavam saborosos e descobrimos que 1 kg de camarão é muito camarão. Voltamos um pouco decepcionados.

No dia seguinte acordamos cedo e fomos ao Pão de Açúcar a 200 metros do hotel tomar café da manhã, que custa até R$35 nos hotéis da rede Accor, eu nunca pago. Já percebíamos um ritmo mais lento para preparar o café, depois fazer o lanche e por aí vai. A praia do Meireles é urbana e pouco frequentada durante o dia, mas muito bonita, de um lado está o mar verde e do outro seu concreto, alguns esportistas descansam tomando água de coco, uma boa pedida. Nosso destino era a badalada Praia do Futuro, pegamos um ônibus turístico com ar-condicionado que passa a cada 30 minutos na avenida da praia do Meireles. Coisa de primeiro mundo, custa menos de R$3 e vai pela orla marítima. Um táxi custaria até R$20. O nordeste é mágico! Pessoas animadas, o céu lindo, paisagens exuberantes, dunas em meio à metrópole.

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No início da praia do Futuro há algumas casas populares, cortadas de perto por uma linha de trem e o ambiente não se mostra seguro, descemos mais à frente, no famoso quiosque Crocobeach. Possivelmente o quiosque de praia mais conhecido do Brasil, possui música ao vivo, atrações para os filhos, piscinas e muita gente e barulho. Ficamos alguns minutos sentados ali.

Muitos vendedores passavam pelas mesas oferecendo de ovos de codorna à lagosta. Aquela parte da areia se mostrou muito concorrida, apesar da extensão sem fim da praia. Suas areias são fofas e as ondas quebram no tombo da praia, as águas são límpidas e azuis, são excelentes para banho. No litoral do Ceará venta muita, à esquerda da praia podem-se ver geradores eólicos que surpreendentemente representam uma intervenção visualmente harmônica naquele cenário. Ainda com gosto de quero mais, resolvemos levantar e caminhar pela praia. Foi a melhor coisa que nós fizemos! Quiosques familiares quase exclusivos, barulho só do vento e do mar, peixes e camarões no capricho, muita simpatia e boas companhias. Fizemos amizade com um grupo de eslovenos que estavam extasiados com o Brasil e no fim, até escolhemos a música. É importante dizer que no Nordeste é possível comer e beber muito bem pagando pouco, a caipirinha era ótima e custava R$6, as porções de peixes e frutos do mar, R$18. Foi uma tarde realmente incrível!

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Voltamos com o próprio ônibus turístico, ao som de sambistas que se mantiveram em pé tocando e animando a todos. Já estava escuro, embora eu não quisesse sair à noite para chegar cedo em Canoa Quebrada, destino do dia seguinte, estávamos entusiasmados e resolvemos ir conhecer o Dragão do Mar, na região da praia de Iracema, onde estão as principais boates, como se diz por lá. Eram 22h, fomos de táxi (R$15) e já havia alguns lugares abertos com bastante gente. Comemos um lanche no calçadão e resolvemos seguir para a noitada com a maior fila, não chegamos a entrar, mas pudemos beber e fazer muitas amizades nas 2 horas que passamos na fila. Acontece que embora a fila crescesse para trás também crescia para os lados e não saíamos do lugar. Em partes foi culpa nossa, pois bebíamos e conversávamos desatentos. Valeu a pena até que resolvemos desistir de entrar para não sacrificar Canoa Quebrada. Mesmo às 2h, as ruas do entorno do Dragão do Mar mantinham-se agitadas e seguras.

O dia seguinte nasceu e com ele a sensação de que estava chegando o ponto alto da viagem. Decidimos viajar com o ônibus regular que sai da rodoviária de Fortaleza e vai para Aracati, município com 70 mil habitantes, onde está situada a vila de Canoa Quebrada. Tentamos ir até a rodoviária com ônibus metropolitano, mas depois de 20 minutos de espera, pegamos um táxi que custou R$12. Há pelo menos 4 ônibus diários da empresa São Benedito que fazem a linha Fortaleza-Aracati, além de mais 1 horário Fortaleza-Canoa Quebrada, direto. A passagem custa apenas R$15, porém a viagem leva 3 horas, mesmo as cidades distando apenas 150 km.

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É muito bom viajar com os caiçaras e sentir-se parte daquela realidade, o ônibus adentra em 3 pequenos municípios que mal possuíam rodoviária e você sente que está no interior do Nordeste, ruas asfaltadas porém barrentas, jegues e poucos carros. Aracati foi uma bela surpresa, a cidade foi tombada pelo IPHAN e guarda duas belas igrejas. Após desembarcar, atravessamos a cidade caminhando por 30 minutos debaixo do sol quente para pegar a van que vai até a praia (R$2), esperamos mais 30 minutos até lotá-la. Pegar um táxi na rodoviária de Aracati teria sido melhor.

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Contávamos cada segundo até chegar em Canoa Quebrada. Para nossa surpresa, chegamos sem ver o mar, caminhamos pela Broadway, principal rua da vila onde estão os restaurantes, bares e lojas e numa ruela paralela encontramos a Pousada Alternativa, de um italiano lá pelos seus 35 anos casado com uma nativa de 20, ambos muito atenciosos e cuidadosos, o quarto era simples porém impecável e confortabilíssimo, o preço inicial da diária era R$110 porém conversando chegamos em R$90, uma excelente oferta.

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Almoçamos no Restaurante Cabana, um peixe fresco divino acompanhado de arroz, salada e batatas, com suco de graviola, por R$42 cada um. A primeira vista da praia foi indescrítivel, não é necessário procurar o melhor ângulo para a primeira troca de olhares com o mar, tudo em Canoa é grandioso! As fotos não contemplam toda a beleza da praia, é tudo tão gradioso que não cabe nas lentes. O mar é verde, na maré-rasa à direita se veem piscinas naturais, abaixo dos pés estão as falésias e os quiosques intricados naquela natureza, sob as falésias estão as dunas, preservadíssimas, à esquerda e à distância está o mar sem fim e os belos geradores eólicos que não param de girar e no céu, alguns aventureiros voam de paraglider. É um cenário impressionante. É lindo, não precisei de nenhum segundo para refletir: é o lugar mais bonito em que já estive. Canoa foi descoberta por hippies na década de 60 e foi palco de alguns filmes franceses da nouvelle vague, o que proporcionou à vila algum misticismo e um crescimento apegado à sensação de liberdade.

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Apreciamos uma capirinha caprichadíssima e adoçada com mel no Bar Freedom por meros R$3,50. Fizemos amizade com duas garotas que moram em Mossoró, cidade potiguar próxima à Canoa, e fomos para o hotel nos preparar para a noitada. Veio mais uma supresa do Ceará: a noite pega fogo na Broadway. De repente, turistas e nativos brotaram dos passeios de buggy e dos hotéis para lotar o calçadão e os bares agitadíssimos, que variam do reggae à música pop e mpb. Entramos na boate do reggae de graça com a ajuda das nossas amigas (custava R$5) e depois de passar por mais alguns bares entramos na principal casa noturna da vila que é a No name, onde toca música pop remixada com influências nordestinas, algo como Adele numa versão forró.

Fomos dormir às 6h e acordamos às 8h, tomamos café da manhã num ótimo papo sobre frutas nordestinas com o casal dono da pousada e fomos caminhar pela praia com as mossoroenses, nadamos nas piscinas naturais, subimos as dunas, chegamos à praia ao lado. Almoçamos no Café Cabana, para não perder o hábito, peixe e camarão, com os mesmos acompanhamentos do dia anterior, por R$50, estava bom. Decidimos adiar a volta para curtir a tarde de sol. Voltamos para a capital no último ônibus possível da Viação São Benedito e pegamos um táxi da rodoviária até o aeroporto, o taxista tentou cobrar R$25 pela corrida mas como já sabíamos que o preço regular é R$15, ele cobrou o preço correto. Por 5 minutos não perdemos o voo. Regressei para casa um pouco mais reflexivo que na maioria das viagens, imaginando se um dia poderia encontrar um lugar para mim na Terra da Luz.

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Boa viagem!
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dpalma Mensagens: 1891
Qui Nov 22, 2012 8:36 am
Fui a Fortaleza em 2010 e fiquei no Hotel Othon na Praia de Miracema. Comi, bebi e me diverti muito nos 3 dias que fiquei por lá.

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germadson Mensagens: 1
Qua Dez 05, 2012 10:53 pm
Gostei bastante da observação e dos detalhes de cada lugar visitado... realmente é um lugar fantástico e interessante de se conhecer. Parabéns pelo texto e pelas imagens! :mrgreen:

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Bruno Mensagens: 668
Qui Dez 20, 2012 8:54 pm
Olá, germadson!

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Bruno

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