Chegou o grande dia e partimos rumo ao paraíso. O avião de São Paulo a Caracas é um A320 não muito novo. São 6 horas de viagem, quando começamos a pegar no sono e o avião se prepara para aterrissar. São inúmeros os formulários que devemos preencher durante o voo e posteriormente entregar para a alfândega. Mas, como estamos de férias, está tudo bem. Logo, no meio da madrugada, estamos chegando ao país.
Nós já havíamos pesquisado tudo a respeito de Los Roques e sabíamos a seqüência de atividades que deveríamos fazer. Neste momento deveríamos fazer câmbio paralelo, pagar duas das taxas aeroportuárias no valor de Bs 20,00 e Bs 27,50 (1 Dólar = + ou - 5 Bolivianos Fuertes) e procurar o aeroporto auxiliar para o novo embarque. O câmbio paralelo é muito mais vantajoso na proporção acima. Caso queira fazer o câmbio oficial, em uma casa de câmbio, pagará para cada dólar o equivalente a Bs 2,00. Que maluquice. O único problema de fazer o câmbio eram as pessoas que fazem este comércio. Nos blogs, pessoas relatam que foram roubadas, lesadas, extorquidas por estas pessoas que fazem o câmbio negro. Nós estávamos apreensivos, pois precisávamos trocar pelo menos U$100.
Quando saímos da alfândega e entramos no saguão do aeroporto demos de cara com muitas pessoas dispostas e te oferecer o mundo por alguns dólares ou euros. O pior é que eles estão vestidos de uma maneira que te confunde com militares ou para militares. Por isso, por alguns instantes, paramos para escutá-los e então nos demos conta que eles querem carregar malas, vender táxi, trocar dinheiro e te informar erroneamente sobre o que você precisa saber.
O Aeroporto de Maiquetia (Caracas) é composto por três terminais: O internacional por onde viemos, o nacional e mais além o auxiliar. Nosso vôo partiria do auxiliar, então nós acreditávamos que bastava alguns passos para o lado esquerdo ao desembarque e lá estaríamos como nos instruíram pela Internet. Porém, mais tarde, descobrimos que o aeroporto auxiliar era um pouco mais afastado e onde estávamos era o aeroporto nacional. Não muito longe, cerca de 500 metros, mas como estávamos no meio da madrugada, com malas, em um lugar desconhecido, resolvemos não dar chance ao azar e pegamos um táxi que nos levou até lá. Mas não foi simples assim, pois momentos antes fomos seguidos por pessoas que queriam fazer câmbio e por taxistas. Ficamos um pouco nervosos com a situação que se formou.
Fizemos o câmbio 5 Bs por U$1 e adquirimos apenas U$100. Os cambistas pressionaram dizendo que em Los Roques o câmbio seria muito menor. Pura conversa para boi dormir, já nos haviam alertado sobre isso. Ainda bem!
No aeroporto auxiliar, praticamente fechado e sem funcionários, nós e muitos turistas estávamos completamente perdidos no pequeno saguão. Primeiro deveríamos confirmar se aquele local era de fato o aeroporto auxiliar e logo em seguida onde era o check-in da companhia que tínhamos o bilhete. Nosso vôo era as 07h30 AM e o horário estava se aproximando e nada de
pessoas ou atendentes. Logo, encontrei um senhor negro alto, que posteriormente foi nosso piloto, que me indicou o local do check-in e o momento que a atendente chegaria. No horário marcado fizemos o check-in e fomos a sala de embarque. Nossa companhia aérea era a Sundance e no vôo era permitido levar apenas 10kg de bagagem. A multa por excesso de peso era 2 dólares por kilo se não me engano.
Estávamos em sete pessoas. Para quem tem medo de avião, pode começar a rezar, pois o avião é minúsculo. Fomos em oito pessoas, sete passageiros e o piloto. Se você escolher pode ir de co-piloto, bem estilo aventura mesmo.
![Imagem](https://www.falandodeviagem.com.br/losroquesgrandedia2.jpg)
![Imagem](https://www.falandodeviagem.com.br/losroquesgrandedia1.jpg)
Dica de ouro: No momento que sair da alfândega e entrar no saguão do aeroporto, não pare, nem se mostre perdido, procure saber antes se o teu vôo sai do aeroporto nacional ou auxiliar e vá direto ao balcão de check-in. Caso o aeroporto seja o auxiliar é mais seguro pegar um táxi, mas antes negocie com o taxista. Ele pode cobrar horrores por alguns metros. E se for o nacional basta andar alguns metros a esquerda do desembarque. Um pequeno trecho será feito por fora do aeroporto. (50 metros). Outra dica é trocar o mínimo de dinheiro possível. Em Los Roques você terá mais calma e tranqüilidade para fazer o câmbio. E, por último, se puder e quiser escolher uma companhia aérea melhor, que seja a Aerotuy. É um pouco mais caro, questão de 50 dólares (ida e volta), porém o avião sai do aeroporto nacional e aparentemente é mais seguro. O avião é para umas 30 pessoas ou mais, com 4 hélices. É o maior avião que pousa em Los Roques. E, no momento em que subir no avião, pegue as poltronas do lado esquerdo. Vocês saberão depois o porque. Vale a pena!
Após 45 minutos de vôo chegamos a Los Roques. Todas as pessoas que vem a Los Roques comentam sobre a visão aérea da cidade, mas como neste dia o céu estava um pouco encoberto não pudemos ver nitidamente as cores do atol. Paciência!
Ao desembarcar fomos recepcionados por José, ajudante da pousada, que se encarregou das mochilas. Cerca de 10 minutos caminhando pelas ruelas simples de Los Roques e chegamos a Pousada Guaripete. Lá fomos recepcionados por um belo café da manhã. Em seguida, nos arrumamos, passamos bastante protetor e fomos para praia. Já havíamos feito um mini itinerário com o primeiro dia em uma ilha próxima a Gran Roque. E lá fomos a Madrisquí.
Em relação à proteção da pele, devemos ter muita cautela. O sol é radiante e para ajudar a areia é branca (reflete luz solar). Portanto os protetores solares devem ser fator 50 pelo menos. Mesmo assim você voltará muito bronzeado, quase irreconhecível. No nosso caso levamos dois tubos de protetores fator 50 para o corpo e um fator 50 para o rosto. Usamos em duas pessoas e no último dia já havia acabado. Recomendo passar no mínimo três vezes ao dia o protetor. De manhã, após o café da manhã, próximo às 12 horas e próximo às 15 horas. E em todas as partes do corpo, desde o rosto até a panturrilha e os pés. Caso não queira dormir no cabide deve se preocupar com isso. E passe direito para evitar manchas. Ouvi relatos de pessoas que se esqueceram de passar protetor e no outro dia estavam com insolação e não puderam sair da pousada no dia seguinte. Imagina perder um dia neste paraíso. Nem pensar!
Los Roques é um atol constituído por 42 ilhas e aproximadamente 250 bancos de areia, arrecifes. Os mais visitados são: Gran Roque, Francisquí, Madrisquí, Crasquí, Noronquí, Nordisquí, Dos Mosquises, Cayo Muerto, entre outros.
Gran Roque é a ilha que se encontra a população de Los Roques (cerca de 1200 habitantes), nela estão as pousadas e os restaurantes para os turistas. Do porto de Gran Roque parte os barcos para todas as praias, ilhas e cayos. Gran Roque serve como base de apoio as demais ilhas. De dia os turistas saem e só voltam à noite para comer e dormir. As ruelas são simples e de areia. Há um campo de baseball, algumas lojas de artesanatos, quitandas, bares (2 ou 3), um posto de telefonia e Internet e praticamente mais nada. Muito simples. O exército faz a segurança, e como disse anteriormente há racionamento de energia e água doce. Os mantimentos chegam através de navios e aviões comerciais.
Dica de Ouro: Se quiser fazer uma ligação direta a cobrar para o Brasil, basta encontrar um orelhão (perto da Pousada Guaripete tem) e discar o seguinte número: 0800-100-1550. Este serviço é da Brasil Direto da Embratel e você ouvirá os próximos passos em português para efetuar a chamada. Caso contrário poderá usar o locutório que é anexo a Internet, bem ao lado da Pousada Guaripete. A Internet é horrível e inconstante. E o serviço de telefonia mais caro que o normal.
E você, conhece Los Roques? Aguardo seus comentários e relatos de experiências!