O coronavírus foi um grande baque para as companhias aéreas. Com a insegurança, muitas pessoas estão desistindo de viajar, e muitas outras estão deixando de comprar. Esse cenário é ruim para as empresas, afinal, avião vazio dá prejuízo. Para tentar minimizar o impacto, as companhias aéreas estão isentando das taxas para remarcação - que são sempre altíssimas e cobradas em dólares americanos.
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O grande problema é que há empresas que não estão permitindo o reembolso e sim a remarcação. Só que algumas companhias aéreas estão isentando a taxa de remarcação, mas não a diferença tarifária, e é aí que está o grande problema. Ao remarcar, a empresa vai cobrar um novo valor de você, caso a sua tarifa original não esteja mais disponível - provavelmente não estará.
Exemplo: você comprou uma passagem aérea para Paris. Ela custou R$ 2.000,00. A companhia isentou a multa, mas para você alterar a data a menor classe tarifária disponível está acima do valor, então a passagem está custando R$ 3.000,00. A empresa vai lhe cobrar esse valor de R$ 1.000,00 de diferença.
A situação pode ser ainda pior caso você tenha comprado uma passagem aérea promocional, onde o valor pago é abaixo do valor de mercado, e obviamente a promoção já acabou. Veja o regulamento da Lufthansa para alterações:
Isso é totalmente injusto com o consumidor final, que está adiando a viagem não pelo seu bel-prazer, mas por causa de uma pandemia, que está atingindo o mundo quase todo, e onde há risco de morte.Essas novas normas estabelecem que os aeroportos de partida e destino devem permanecer os mesmos. Se a tarifa original não estiver mais disponível, a diferença correspondente deverá ser paga. A remarcação de passagem deve ser realizada antes da data original da viagem.
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A Delta Air Lines adota o mesmo procedimento:
Em muitos casos as empresas aéreas não falam em reembolso como estratégia, afinal, não querem perder o dinheiro que você já pagou e ainda pensam no lucro que poderão ter com a diferença de tarifa.A taxa de alteração será dispensada, mas pode haver diferença na tarifa. A viagem final deve ser concluída até a data de validade do bilhete, um ano a partir da data de emissão. Se a viagem não puder ser remarcada dentro dessas diretrizes, os clientes podem cancelar a sua reserva e aplicar qualquer valor não utilizado do bilhete para a compra de um novo bilhete para um período de um ano a partir da emissão do bilhete de origem. Taxa de mudança aplicável e diferença de tarifa serão aplicadas para novas datas. A viagem final deve ser concluída até a data de validade do bilhete.
Posso entrar na justiça?
Claro! Se você não conseguir pelos meios tradicionais - explicamos onde reclamar aqui - você deve procurar a justiça e entrar com uma ação para reaver o seu dinheiro ou conseguir a remarcação sem nenhum custo.
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Boa sorte!
E você, está tendo problemas para remarcar ou cancelar a sua passagem aérea? Qual é a empresa? O que eles estão oferecendo? Conte para nós a sua experiência!