Companhias aéreas estão isentando a multa, mas não a diferença tarifária, por causa do coronavírus

Troca de informações sobre companhias aéreas, milhas, promoções e tudo mais relacionado ao assunto.
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falandodeviagem Mensagens: 19830 Administrador
Qui Mar 12, 2020 11:41 am
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O coronavírus foi um grande baque para as companhias aéreas. Com a insegurança, muitas pessoas estão desistindo de viajar, e muitas outras estão deixando de comprar. Esse cenário é ruim para as empresas, afinal, avião vazio dá prejuízo. Para tentar minimizar o impacto, as companhias aéreas estão isentando das taxas para remarcação - que são sempre altíssimas e cobradas em dólares americanos.

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O grande problema é que há empresas que não estão permitindo o reembolso e sim a remarcação. Só que algumas companhias aéreas estão isentando a taxa de remarcação, mas não a diferença tarifária, e é aí que está o grande problema. Ao remarcar, a empresa vai cobrar um novo valor de você, caso a sua tarifa original não esteja mais disponível - provavelmente não estará.

Exemplo: você comprou uma passagem aérea para Paris. Ela custou R$ 2.000,00. A companhia isentou a multa, mas para você alterar a data a menor classe tarifária disponível está acima do valor, então a passagem está custando R$ 3.000,00. A empresa vai lhe cobrar esse valor de R$ 1.000,00 de diferença.

A situação pode ser ainda pior caso você tenha comprado uma passagem aérea promocional, onde o valor pago é abaixo do valor de mercado, e obviamente a promoção já acabou. Veja o regulamento da Lufthansa para alterações:
Essas novas normas estabelecem que os aeroportos de partida e destino devem permanecer os mesmos. Se a tarifa original não estiver mais disponível, a diferença correspondente deverá ser paga. A remarcação de passagem deve ser realizada antes da data original da viagem.
Isso é totalmente injusto com o consumidor final, que está adiando a viagem não pelo seu bel-prazer, mas por causa de uma pandemia, que está atingindo o mundo quase todo, e onde há risco de morte.

Leia também: 12 mitos sobre as passagens aéreas

A Delta Air Lines adota o mesmo procedimento:
A taxa de alteração será dispensada, mas pode haver diferença na tarifa. A viagem final deve ser concluída até a data de validade do bilhete, um ano a partir da data de emissão. Se a viagem não puder ser remarcada dentro dessas diretrizes, os clientes podem cancelar a sua reserva e aplicar qualquer valor não utilizado do bilhete para a compra de um novo bilhete para um período de um ano a partir da emissão do bilhete de origem. Taxa de mudança aplicável e diferença de tarifa serão aplicadas para novas datas. A viagem final deve ser concluída até a data de validade do bilhete.
Em muitos casos as empresas aéreas não falam em reembolso como estratégia, afinal, não querem perder o dinheiro que você já pagou e ainda pensam no lucro que poderão ter com a diferença de tarifa.

Posso entrar na justiça?

Claro! Se você não conseguir pelos meios tradicionais - explicamos onde reclamar aqui - você deve procurar a justiça e entrar com uma ação para reaver o seu dinheiro ou conseguir a remarcação sem nenhum custo.

Leia também: Como entrar com um processo no Juizado Especial

Boa sorte!

E você, está tendo problemas para remarcar ou cancelar a sua passagem aérea? Qual é a empresa? O que eles estão oferecendo? Conte para nós a sua experiência!
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GabrielDias Mensagens: 41746
Qui Mar 12, 2020 12:02 pm
Complicado. Diferença tarifária pode inviabilizar a reemissão do bilhete.

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Hugomarcio Mensagens: 3750
Qui Mar 12, 2020 12:09 pm
A situação é atípica para todos, tanto consumidores como companhias aéreas.

Inclusive, os prejuízos que elas estão sofrendo somente devem ser revertidos após alguns meses, senão anos. Pode até não ser justo pagar a diferença, mas é igualmente injusto remarcar pura e simplesmente.

Fosse assim, em pouco tempo teríamos gente emitindo passagem para agora e tentando remarcar para o Reveillon sem pagar diferença tarifária.

O ideal seria encontrar um meio termo, que não penalizasse muito nenhuma das partes.

JPSAL Mensagens: 778
Qui Mar 12, 2020 2:52 pm
Se a companhia aérea está oferecendo o reembolso integral, ou trocar para outro dia só pagando a diferença de tarifa estaria de bom tamanho.

Não é culpa nem do consumidor nem da companhia aérea que a viagem não aconteceu, não dá para a companhia ter um ônus ilimitado. Então concordo com cobrar a diferença de tarifa, desde que a outra opção seja o reembolso.

Não é justo exigir que eles te levem em um dia aleatório, à sua escolha

Ajudante Mensagens: 18088
Qui Mar 12, 2020 4:19 pm
CORONAVÍRUS: PROTESTE traz orientações sobre os direitos dos consumidores em passagens aéreas

Nesta quinta-feira, 12, a PROTESTE, Associação de Consumidores, traz algumas orientações sobre o cancelamento de passagens áreas devido ao coronavírus. O Covid-19 está avançando pelo mundo desde o seu surgimento, em dezembro de 2019, na China. Ontem, 11, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou estado de pandemia do coronavírus, orientando os governos a conterem a circulação do vírus.

No entanto, muitos consumidores já tinham agendado viagens para países onde o vírus foi detectado. Segundo o Diretor de Relações Institucionais e Mídia da PROTESTE, Henrique Lian, as companhias aéreas devem ressarcir o consumidor que decidir cancelar uma viagem à Europa, em razão do coronavírus, ou remarcar a viagem sem custos.

“Essa é uma situação muito excepcional, chamada de emergência de saúde pública. No caso da Itália, por exemplo, é mais sério ainda, porque há medidas das autoridades locais para que as pessoas não entrem ou saiam do país. Portanto, tanto uma empresa aérea pode cancelar seus voos para a Itália, quanto o passageiro pode desistir dessa viagem”, diz Lian.

Além disso, a situação do coronavírus está escalando e a tendência é que todos os 29 países da União Europeia adotem posturas semelhantes em relação ao trânsito nacional e internacional de pessoas. “A Espanha já está com fechamento de cidades, caminhando para um fechamento de país”, afirmou Henrique.

Ajudante Mensagens: 18088
Qui Mar 12, 2020 8:40 pm
Nota ABEAR | Coronavírus
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) afirma que é grave a crise econômica que afeta a aviação comercial brasileira neste cenário de pandemia do coronavírus. É importante destacar, no entanto, que cada empresa associada está reagindo da forma que entende ser a mais correta para atender os passageiros da melhor forma.

Para minimizar o impacto econômico sobre a indústria e preservar sua viabilidade, a ABEAR destaca a qualidade da interação e parceria com o Governo Federal e ressalta a atuação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a quem foram apresentadas as seguintes medidas, que precisam ser apoiadas pelo conjunto do Governo:

- Redução de impostos PIS/COFINS sobre QAV e remoção do mesmo sobre venda de passagens aéreas;
- Desoneração da folha de pagamento, preservando empregos | 1% sobre a receita bruta;
- Redução das tarifas do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e INFRAERO, além da suspensão temporária de pagamentos;
- Restabelecimento da alíquota do IRPJ sobre leasing de aeronaves, motores e peças de 0%;
- Suspensão de PIS/COFINS/CIDE/IRRF em pagamentos feitos no exterior;
- Linha de crédito para capital de giro, a exemplo do que já ocorre na China, Cingapura e Colômbia

A ABEAR salienta que voar é seguro e os aviões estão equipados para garantir a segurança dos passageiros. As aeronaves renovam 99,9% do ar que circula a bordo, contribuindo para que o Covid-19 não se propague. As equipes de atendimento também estão preparadas para atender os viajantes neste cenário.

Por fim, a ABEAR informa que a aviação comercial brasileira é um grande motor da economia do país, que em 2018 representou 1,9% do PIB, impactando a economia em R$ 131 bilhões, gerando 2,37 milhões de empregos e gerando R$ 55,5 bi em salários (Fonte: IBGE e ANAC).

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Fabio Mensagens: 8900
Sex Mar 13, 2020 2:49 am
A Copa soh estah isentando da tarifa de remarcacao em casos muito especificos. Somando-se a diferenca tarifaria, dah quase um bilhete de executiva a mais

Ajudante Mensagens: 18088
Sex Mar 13, 2020 2:47 pm
"O covid-19 causou a maior interrupção no mercado de viagens aéreas de todos os tempos. A situação é extremamente fluída, com restrições de viagens, capacidade e horários das companhias aéreas mudando a cada dia. Esperamos uma quantidade significativa de cancelamentos de transportadoras dos EUA e da Europa nos próximos dias”, afirma o analista sênior de aviação da OAG, John Grant.





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